Grupo de desconhecidos luta para sobreviver a armadilhas mortais no thriller do diretor Adam Robitel
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Imagem de filme 'Escape Room', de Adam Robitel |
Abordada de maneira inteligente no cult Cubo e explorada à exaustão na franquia Jogos Mortais, a premissa de um grupo de pessoas preso em um local repleto de armadilhas está voltando à moda graças aos sucesso no mundo real das escape rooms — jogos imersivos onde os participantes precisam solucionar uma série de quebra-cabeças para escapar de salas temáticas em um determinado período de tempo. Em 2017 tivemos dois filmes sobre o tema, um deles lançado no Brasil com o título de 60 Minutos Para Morrer. E agora é a vez do diretor Adam Robitel (A Possessão de Deborah Logan) nos entregar um terceiro.
As vítimas da vez são Zoey, Ben, Jason, Mike, Amanda e Danny. Movidos pela curiosidade, os seis desconhecidos decidem aceitar o convite de uma misteriosa organização chamada MINOS, que está oferecendo $10,000 para aquele que conseguir decifrar os enigmas e escapar daquela que é descrita como a escape room mais imersiva de todas. A verdade é que as armadilhas da sala são reais. E eles terão que usar toda sua inteligência para sair de lá com vida.
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Taylor Russell em imagem de filme 'Escape Room', de Adam Robitel |
Como quase sempre acontece quando um grande estúdio de Hollywood tenta fazer um filme de terror, o novo Escape Room sofre com a ausência de ousadia e o excesso de clichês. E com um roteiro que parece não confiar muito na inteligência de seu público. Isso fica claro na sequência de abertura, onde um personagem praticamente começa a pensar em voz alta, narrando o que já estamos vendo na tela. Ou no final, quando um vilão desinteressante se senta e faz questão de explicar seu plano maligno — que, diga-se de passagem, não faz o menor sentido.
Assim como em Jogos Mortais, o tormento dos personagens tem relação com seus passados sombrios. Mas não há nada que chame a atenção neles. Os flashbacks em momento algum empolgam. E quando a galera decide narrar suas próprias histórias, a coisa empolga menos ainda. A única personagem pela qual torci foi Amanda. Mas isso provavelmente se deve mais ao fato de eu ser fã da atriz Deborah Ann Woll desde que a vi pela primeira vez, interpretando a vampira Jessica na série True Blood.
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Deborah Ann Woll em imagem de filme 'Escape Room', de Adam Robitel |
Faça vista grossa para o excesso de diálogos expositivos, para os personagens engessadinhos e para trama sem pé nem cabeça e talvez você se divirta com os cenários detalhados e com a variedade de armadilhas que vão aparecendo no caminho dos protagonistas. Em uma das salas a ameaça é o calor. Na outra, é o gelo. E temos até um curioso cassino invertido que proporciona momentos ligeiramente tensos.
Só não se empolgue demais. Esse é um filme PG-13, o que significa que você não verá nenhuma cena de violência ou sangue. Funcionou para mim como uma aventura familiar no estilo Sessão da Tarde. Mas como filme de terror, não convenceu.
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O melhor: Cenários detalhados, algumas armadilhas divertidas e Deborah Ann Woll.
O pior: É comportadinho e expositivo. E a trama não tem pé nem cabeça.
Título original: Escape Room.
Gênero: Aventura, suspense.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 99 minutos.
Roteiro: Bragi F. Schut, Maria Melnik.
Direção: Adam Robitel.
Elenco: Taylor Russell, Deborah Ann Woll, Logan Miller, Jay Ellis, Tyler Labine, Nik Dodani, Jessica Sutton, Yorick van Wageningen, Cornelius Geaney Jr., Russell Crous, Bart Fouche.