Crítica | Thriller (2018)

Os erros do passado retornam para aterrorizar um grupo de adolescentes no slasher do diretor Dallas Jackson

Jessica Allain em imagem do filme 'Thriller', de Dallas Jackson


Thriller é a nova aposta da Blumhouse, a produtora por trás de Corra! e Dia de Trabalho Mortal. É o primeiro longa-metragem do diretor Dallas Jackson, que antes serviu como produtor em séries como Rebel e South of Nowhere. O filme estreou esta semana, meio que de surpresa, no serviço de streaming Netflix.

Na trama, um grupo de pré-adolescente da Califórnia decide fazer uma pegadinha com um garoto tímido chamado Chauncey. A brincadeira termina em tragédia, a molecada joga a culpa no colo de Chauncey e o garoto é enviado para um centro de reabilitação juvenil, onde passa os próximos quatro anos. Agora ele está de volta às ruas. E aparentemente quer vingança contra os amigos falsianos.

$ads={1}

No centro de tudo está Lisa (Jessica Allain, de Voando Alto), que parece ser a única do grupo de amigos que carrega um sentimento de culpa por suas ações no passado. Lisa é boazinha e comportadinha, o que faz dela uma forte candidata a final girl. Ela namora o astro do esporte Ty (Mitchell Edwards, de A Primeira Noite de Crime), mas o romance acaba irritando a ex-namorada do rapaz: a bela e barraqueira Gina (Paige Hurd, de Virginia), que recorre à ajuda do bad boy de plantão, Dre (Tequan Richmond, de Todo Mundo Odeia o Chris) para infernizar um pouco a relação do casal.


Imagem do filme 'Thriller', de Dallas Jackson


Outros personagens entram em cena, como a maravilhosa Kim (Pepi Sonuga, de O Retorno do Duende), que passa boa parte do filme perseguindo um cantor famoso e ocasionalmente manifesta um transtorno de identidade que faz com que converse com a irmã morta. O problema é que o roteiro abandona essa subtrama pela metade. Aliás, ouso até dizer que quase todas as subtramas são abandonadas pela metade.

$ads={2}

Alguns rebuliços surgem aqui e ali para quebrar um pouco o clima romântico. Rapazes nervosos trocam socos no refeitório do colégio, garotas enciumadas saem no tapa no banheiro, o baile de formatura serve de palco para que uma professora e uma aluna resolvam suas diferenças na base do puxão de cabelos, e só no último ato é que a matança realmente começa.


Imagem do filme 'Thriller', de Dallas Jackson


Para os padrões do cinema slasher, Thriller é um filme comportadinho. Com exceção de uma cena, as mortes acontecem fora da tela. O trabalho sonoro e a edição deixam os confrontos bem toscos. Mas dá para rir um pouco dos ataques trapalhões do assassino, em especial na sequência em que ele tem o traseiro chutado pela final girl nas escadas do colégio.

Há um plot twist final, que revela a identidade do vilão. Mas ao invés de ficar surpreso, eu ri dele também. Thriller está longe de ser um bom filme. Mas pode divertir se você conseguir não levá-lo muito a sério.

Título original: Thriller.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 87 minutos.
Roteiro: Dallas Jackson, Ken Rance.
Direção: Dallas Jackson.
Elenco: Jessica Allain, Mitchell Edwards, Pepi Sonuga, Luke Tennie, Paige Hurd, RZA, Valery M. Ortiz, Tequan Richmond, Chelsea Rendon, Maestro Harrell, Michael Ocampo, Noah Abbott, Johnny Alexander, Chet Anekwe, Skipper Elekwachi, Chauncey Jenkins, Mykelti Williamson, Jason Woods.

O melhor: Muitos barracos e humor involuntário.
O pior: A matança demora para começar. E quando começa, não convence.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

  1. Esse diretor Dallas Jackson, só coloca elenco negro parece que o cara tem preconceito
    de atores brancos putz.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem