Vilarejo no Alasca é atacado por vampiros na adaptação dos quadrinhos de Steve Niles e Ben Templesmith dirigida por David Slade
Por Ed Walter
30 Dias de Noite é a adaptação para o cinema da HQ escrita por Steve Niles e ilustrada por Ben Templesmith. Sam Raimi, o homem por trás de Arraste-me Para o Inferno e Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio, por pouco não dirigiu o longa. Mas ele acabou ficando na produção, deixando a direção a cargo do britânico David Slade, realizador de Menina Má.Com e Black Mirror: Bandersnatch.
Trata-se de um filme de vampiros, ainda que ele quebre vários estereótipos cinematográficos, apresentando as criaturas com um visual e um comportamento ligeiramente mais próximos dos contos folclóricos anteriores a Drácula. Mas o livro de Bram Stoker também é homenageado através de um personagem que serve como uma versão moderna de Henfield.
Apenas uma invenção hollywoodiana permanece inalterada: vampiros não gostam do sol. E é por isso mesmo que eles resolvem dar uma paradinha em Barrow, uma cidadezinha americana no Estado do Alasca onde, uma vez por ano, durante um inverno rigoroso, o sol deixa de nascer por 30 dias. Tudo começa com chegada de um forasteiro misterioso (Ben Foster) e uma série de incidentes estranhos que assustam os moradores. Mas não demora muito para que Barrow se transforme no palco de um massacre.
Slade aproveita bem a paisagem desolada para criar um clima opressivo e inquietante. Entrega confrontos sangrentos, como a sequência caótica que mostra o primeiro ataque dos vampiros. Há momentos de muita tensão. E cenas arrepiantes, como aquele encontro com a menininha assustadora no supermercado.
A excelente maquiagem transforma os atores em criaturas medonhas. E a simples presença deles transmite uma sensação de perigo. Fiquei com um pé atrás quando descobri que as criaturas podiam falar, porque não suporto muito vampiros que ficam de mi-mi-mi. Mas felizmente eles conversam pouco, e sua linguagem é bizarra o suficiente para não permitir que o nível de ameaça diminua.
O roteiro de Brian Nelson, Stuart Beattie e Steve Niles abre algum espaço para o drama. É natural, já que todos na cidade se conhecem e o envolvimento emocional é inevitável. O policial Eben Oleson (Josh Hartnett) divide o protagonismo com sua esposa Stella (Melissa George). E além de tentar salvar a população, eles precisam se preocupar em tentar salvar seu casamento em crise.
O ritmo do filme diminui bastante na metade final, quando os sobreviventes decidem se esconder e esperar que o sol reapareça. Há algumas situações monótonas no esconderijo. Mas felizmente os vampiros estão sempre dando um jeitinho de fazer um ou outro sair para fora da toca, o que garante interrupções muito bem vindas na calmaria enquanto aguardamos pela batalha final empolgante.
30 Dias de Noite é um dos últimos bons filmes de vampiros produzidos em Hollywood. Fãs do gênero precisam conhecer essa obra.
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O melhor: É sangrento e claustrofóbico. E os vampiros matam ao invés de ficar conversando.
O pior: Tem uma pequena queda no ritmo na metade final.
Título original: 30 Days of Night.
Gênero: Terror.
Produção: 2007.
Lançamento: 2007.
Pais: Estados Unidos, Nova Zelândia.
Duração: 113 minutos.
Roteiro: Brian Nelson, Stuart Beattie, Steve Niles.
Direção: David Slade.
Elenco: Josh Hartnett, Melissa George, Danny Huston, Ben Foster, Mark Boone Junior, Mark Rendall, Amber Sainsbury, Manu Bennett, Megan Franich, Joel Tobeck, Elizabeth Hawthorne, Nathaniel Lees, Craig Hall, Chic Littlewood, Peter Feeney.
Um dos meus favoritos do gênero! Os efeitos práticos são excelentes.
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