Crítica | Jessabelle: O Passado Nunca Morre (Jessabelle, 2014)

Sarah Snook desenterra segredos familiares assustadores no terror de Kevin Greutert

Mark Webber e Sarah Snook em imagem do filme 'Jessabelle: O Passado Nunca Morre', de  Kevin Greutert

Por Ed Walter

Antes de dirigir o home invasion Jackals, Kevin Greutert (que também é responsável por Jogos Mortais 6 e Jogos Mortais: O Final) realizou esse terror sobrenatural sobre uma jovem cadeirante assombrada por segredos do passado. O longa produzido pela Blumhouse é estrelado por Sarah Snook, conhecida por seu trabalho em filmes como Beleza Adormecida e A Vingança Está na Moda. Como Jessabelle entrou essa semana no catálogo de filmes de Netflix, esse é um bom momento para falar sobre ele.

Snook interpreta Jessie Laurent, uma jovem que perde os movimentos das pernas depois de sofrer um acidente de carro e é deixada sob os cuidados do pai na antiga casa onde viveu sua infância. Ela encontra algumas fitas VHS que foram gravadas por sua falecida mãe pouco antes de seu nascimento, no final da década de 1980. Há mensagens perturbadoras nelas. E para piorar, há uma presença sobrenatural que vai cuidar para que a estadia de Jessie na casa seja o mais desagradável possível.

Imagem do filme 'Jessabelle: O Passado Nunca Morre', de  Kevin Greutert

O roteiro de Robert Ben Garant (Uma Noite no Museu) trás algumas influências de A Chave Mestra, de Iain Softley, e de O Chamado, de Gore Verbinski. Há uma história de terror no mínimo curiosa aqui, mas seu desenvolvimento é comprometido pelo ritmo lento, pela falta de ousadia e pelo excesso de clichês. O diretor até cria uma boa atmosfera, entrega duas cenas trash razoáveis e uma outra que consegue causar um ligeiro arrepio. Mas na maior parte do tempo os eventos sobrenaturais não vão além de vultos, sussurros e objetos que se movem sozinhos. Os momentos de tensão são mínimos. E as coisas não demoram para ficar tediosas.

Quando navega pelo terreno dramático, Jessabelle também não empolga. Muitas situações e personagens parecem estar ali apenas para esticar um pouco mais o filme. É o caso do plot sobre a gravides da protagonista, que não acrescenta absolutamente nada à trama. Ou daquela fisioterapeuta que faz uma visita a Jessie, fica em cena alguns minutos e depois desaparece. Ah, e não podemos nos esquecer da sub-trama sobre a esposa ciumenta, que tinha potencial para render coisa boa mas é simplesmente abandonada pelo roteiro.

Sarah Snook em imagem do filme 'Jessabelle: O Passado Nunca Morre', de  Kevin Greutert

Cheguei a me empolgar um pouquinho quando Jessie se une ao amigo Preston (Marc Webber, de O Monstro Dentro de Você) para iniciar uma investigação que desenterra alguns segredinhos medonhos. Mas o relacionamento dos dois, além de um pouco forçado, também não demora para ficar cansativo. A sensação de que a história não está saindo do lugar é inevitável. E mesmo que a reviravolta final seja interessante, na soma geral Jessabelle fica devendo.

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O melhor: Muitos mistérios e alguns sustinhos.
O pior: Ritmo lento, clichês e personagens desinteressantes.
Preston: Você vai dormir no sofá hoje, cara.

Título original: Jessabelle.
Gênero: Terror.
Produção: 2014.
Lançamento: 2015.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 90 minutos.
Roteiro: Robert Ben Garant.
Direção: Kevin Greutert.
Elenco: Sarah Snook, Mark Webber, Joelle Carter, David Andrews, Ana de la Reguera, Amber Stevens West,  Chris Ellis, Brian Hallisay, Vaughn Wilson, Larisa Oleynik, Fran Bennett, Paul Garrett, Barbara Weetman, Jason Davis, Lucius Baston.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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