Crítica | Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, 2016)

Teresa Palmer luta para proteger o irmão contra força sobrenatural no terror de David F. Sandberg

Tereza Palmer em imagem do filme 'Quando as Luzes se Apagam'

Por Ed Walter

Quando as Luzes se Apagam é um terror sobrenatural baseado no famoso curta-metragem Luzes Apagadas (Lights Out), realizado em 2013 por David F. Sandberg. O próprio Sandberg, que mais tarde nos entregaria Annabelle 2: A Criação do Mal e Shazam!, dirige o longa a partir do roteiro adaptado por Eric Heisserer, futuro roteirista de Bird Box, da Netflix.

A trama acompanha Rebecca (Teresa Palmer), uma jovem que passou a infância acreditando que estava sendo perseguida por uma figura fantasmagórica que aparecia sempre que as luzes se apagavam. O trauma afetou seu comportamento e fez com que ela abandonasse a família. Mas Rebecca terá que reviver seus pesadelos quando seu irmão Martin (Gabriel Bateman) alega estar sendo atormentado pela mesma criatura. Será que os dois estão sofrendo do distúrbio psicológico que afeta sua mãe? Ou existe mesmo uma força sobrenatural tentando destruir a família?

Tereza Palmer e Alexander DiPersia em imagem do filme 'Quando as Luzes se Apagam'

A idéia de uma criatura que só se manifesta no escuro não é original. Bons filmes como No Cair da Noite (2003) e From the Dark (2014) já apresentaram premissas semelhantes e com resultados até mais assustadores. Mas Sandberg consegue acrescentar novidades ao tema. Seus truques de câmera são inteligentes. E ele manipula muito bem o jogo de luz e sombras. Há bons sustos. E também muita tensão, especialmente no último ato, quando Rebecca e seu irmão são obrigados a partir para um confronto direto com a entidade.

A criatura é chamada de Diane. E apesar de seu visual simples, ela consegue transmitir uma curiosa sensação de ameaça. Sua história trás ligeiros paralelos com a de Samara Morgan, de O Chamado. Mas em certo momento o filme também me trouxe lembranças de A Vingança do Diabo, clássico de 1988 estrelado por Lance Henriksen.

Gabriel Bateman e Tereza Palmer em imagem do filme 'Quando as Luzes se Apagam'


Teresa Palmer, que mais tarde brilharia em A Síndrome de Berlin, assume o papel de protagonista com naturalidade. Sua personagem é forte, mas também sabe gritar bastante quando a situação exige. Gabriel Bateman, que será Andy Barclay no remake de Brinquedo Assassino, faz bem o garotinho assustado que sabe mais do que aparenta. E Alexander DiPersia (Forever) e Maria Bello (A Casa dos Mortos) não decepcionam nos papeis do candidato a namorado Bret e a mãe de Rebecca, Sophie.

O filme sofre com alguns problemas comuns em produções que tentam adaptar curtas-metragens. A história é esticada com um drama familiar sem grandes atrativos. Algumas situações são repetitivas. E há mais diálogos expositivos do que o necessário. Mas o resultado geral é positivo. Quando as Luzes se Apagam é um filme de terror interessante e tem uma boa chance de agradar os fãs do gênero.

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O melhor: Uso criativo de luz e sombras, bons sustos e final tenso.
O pior: Enrola um pouquinho na metade inicial e o drama familiar é desinteressante.

Título original: Lights Out.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 81 minutos.
Roteiro:  Eric Heisserer, David F. Sandberg.
Direção: David F. Sandberg.
Elenco: Teresa Palmer, Gabriel Bateman, Maria Bello, Alexander DiPersia, Billy Burke, Alicia Vela-Bailey, Andi Osho, Rolando Boyce, Maria Russell, Elizabeth Pan, Lotta Losten, Amiah Miller, Ava Cantrell, Emily Alyn Lind.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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