Crítica | Cherokee Creek (2018)

Despedida de solteiro é interrompida pela chegada do Pé Grande no filme de estreia do diretor Todd Jenkins

Ray Nicholas Hosack e Terry Dale Parks em imagem do filme 'Cherokee Creek', de Todd Jenkins

Por Ed Walter

Cherokee Creek é o longa de estreia do diretor e roteirista Todd Jenkins, que antes havia realizado os curtas-metragens Harvey and Peter (2012), Why (2012) e Vows (2014). Ele também interpreta um dos personagens principais dessa comédia de terror politicamente incorreta, com cara de produção B dos anos 80, que reúne caçadores, strippers, uma despedida de solteiro e, é claro, o Pé Grande.

Sim, eu disse Pé Grande. Afinal, as placas de "Não Ultrapasse" não estão espalhadas pela floresta de Cherokee Creek à toa. Há inclusive um prólogo onde dois caçadores se aventuram por lá, e repassam algumas regras hilárias que precisam ser seguidas para não atrair a atenção da criatura. Mas isso não impede que um grupo de amigos escolha o local como sede para uma despedida de solteiro. Logicamente eles vão quebrar todas as regras de sobrevivência, e farão duas descobertas importantes. A primeira é que o Pé Grande existe. E a segunda é que ele está muito irritado.

Olivia Sabini em imagem do filme 'Cherokee Creek', de Todd Jenkins

Mas apesar do manual de sobrevivência ser constantemente ignorado pelos personagens, convém alertar ao público mais sensível que o manual para se fazer um terror B à moda antiga é seguido à risca pelo diretor. E a menos que você se sinta confortável com humor grosseiro, nudez gratuita, efeitos práticos nojentos e sangue para todos os lados, há uma enorme chance de que você não se divirta aqui.

Quem conseguir lidar com isso, pode encontrar surpresas interessantes em Cherokee Creek. O visual do Pé Grande não tem muitos segredos: é apenas o bom e velho truque do ator vestido com uma fantasia peluda. O monstro pezudo só aparece no início e nos minutos finais, mas seus ataques rendem momentos brutais e ao mesmo tempo hilariantes. E na ausência dele, dá para rir um pouco com a quantidade considerável de personagens estranhos que infestam a floresta.

Imagem do filme 'Cherokee Creek', de Todd Jenkins

Além de Vinny Blades (Billy Blair) e seu inseparável amigo Jinx (Todd Jenkins), temos o noivo relutante Pat (Justin Armstrong) e um adolescente com os hormônios à flor da pele chamado Jarrett (Justin Duncan), que parece ter saído de um filme da franquia American PieUma guarda florestal animadinha (Nellie Sciutto) se junta ao grupo. As strippers Bambi e Lacie (Natasha Richards e Ashley Moore) também aparecem por lá. E até a estressada Caroline (Olivia Sabini) resolve dar as caras para investigar as atividades suspeitas de seu noivo e deixar o Pé Grande mais irritado ainda.

Boa parte das piadas funciona, mas o diretor erra ao deixar algumas situações e diálogos se estenderem demais. O filme tem quase duas horas, e pelo menos 20 minutos poderiam ter sido eliminados. Também não gostei muito do final anti-climático. Mas na soma geral, Cherokee Creek consegue ser um passatempo B divertido.

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O melhor: Humor descarado, gore, strippers e Pé Grande.
O pior: Alguns diálogos se estendem demais e acabam cansando.

Título original: Cherokee Creek.
Gênero: Terror, comédia.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 112 minutos.
Roteiro: Todd Jenkins.
Direção: Todd Jenkins.
Elenco: Billy Blair, Todd Jenkins, Justin Armstrong, Olivia Sabini, Justin Duncan, Terry Dale Parks, Ray Nicholas Hosack, Nellie Sciutto, Jeff Swearingen, Jason P. Kendall, James Yeager, Anthony Phoenix, Steve Mokate, Natasha Richards, Ashley Moore.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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