Crítica | Nas Garras do Tigre (Burning Bright, 2010)

Briana Evigan fica presa na própria casa na companhia de um tigre faminto no terror do diretor Carlos Brooks

Charlie Tahan e Briana Evigan em imagem do filme 'Nas Garras do Tigre', de Carlos Brooks

Por Ed Walter

Segundo filme do diretor Carlos Brooks, Nas Garras do Tigre acompanha Kelly (Briana Evigan, de Pacto Secreto), uma jovem que está passando pelo pior momento de sua vida. Sua mãe faleceu recentemente, e Kelly se dedicou a cuidar sozinha do irmãozinho autista. Seu padrasto picareta gastou todo o dinheiro deixado por sua mãe, o que impossibilitou a jovem de conseguir ajuda profissional para o menino e frustrou seus planos de ingressar na faculdade. E o cara ainda comprou um tigre, que planeja usar como atração principal de seu Parque Safari.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Um furacão está se aproximando da região, e as portas e janelas da casa de Kelly precisam ser seladas para suportar a fúria dos ventos. A boa notícia é que as tábuas são fortes o suficiente para aguentar o tranco. A má notícia é que o tigre fica preso na casa com Kelly e seu irmão. E o bicho está faminto.

Imagem do filme 'Nas Garras do Tigre', de Carlos Brooks

O diretor apresenta e desenvolve com paciência as motivações de cada personagem. Mas quando a caçada começa, ela não pára mais. E o filme ganha níveis de tensão absurdos
. A cena em que Kelly tenta se esconder depois de seu primeiro encontro com o animal é de roer as unhas. E o fato da jovem precisar estar o tempo todo atenta às reações do irmão, que exige cuidados especiais, garante várias situações desesperadoras, que parecem ter sido criadas sob medida para mexer com nervos do público.


Evigan encontra um bom equilíbrio entre fragilidade, determinação e coragem para compor a jovem azarada, que precisa encontrar forças para derrotar não apenas a fera que espreita nas sombras, mas também uma outra metafórica, que ameaça devorá-la por dentro. Suas cenas dramáticas são convincentes. E a atriz se sai melhor ainda quando precisa reagir às várias situações de perigo espalhadas pelo filme.

Briana Evigan em imagem do filme 'Nas Garras do Tigre', de Carlos Brooks

Garret Dillahunt (12 Anos de Escravidão) está contido no papel do padrasto aproveitador, Johnny, mas as maldades discretas do personagem são suficientes para que ele se destaque. 
Charlie Tahan (Tempos Obscuros) está bem no papel do menino Tom. E Meat Loaf (Clube da Luta) faz uma participação interessante, entregando um diálogo que dá ao espectador uma idéia do nível da ameaça que aguarda a protagonista.


O roteiro de Christine Coyle Johnson e Julie Prendiville Roux tem pequenos furos, mas eles não atrapalham a diversão. Seria exagero dizer que Nas Garras do Tigre é um clássico do suspense. Mas quando se trata de filmes sobre animais assassinos, com certeza ele está entre os melhores já feitos.

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O melhor: Protagonista carismática, vilão assustador e cenas de roer as unhas.
O pior: Pequenos furos no roteiro, que não chegam a atrapalhar a diversão.

Título original: Burning Bright.
Gênero: Suspense, terror, drama.
Produção: 2010.
Lançamento: 2010.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 86 minutos.
Roteiro: Christine Coyle Johnson, Julie Prendiville Roux.
Direção: Carlos Brooks.
Elenco: Briana Evigan, Charlie Tahan, Garret Dillahunt, Peggy Sheffield, Mary Rachel Quinn, Tom Nowicki, Katie, Schicka, Kismet.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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