Crítica | Cascavel (Rattlesnake, 2019)

Carmen Ejogo interpreta mãe que precisa fazer uma escolha mortal no terror do diretor e roteirista Zak Hilditch

Carmen Ejogo em imagem do filme 'Cascavel', de Zak Hilditch

Por Ed Walter

Com o Halloween se aproximando, o 'Netflix and Chills', temporada dedicada ao lançamento de vários filmes de terror na Netflix, ganha mais um reforço: o curioso Cascavel, estrelado por Carmen Ejogo. O longa marca a nova parceria entre o serviço de streaming e o diretor e roteirista Zak Hilditch, realizador de 1922.

Ejogo interpreta Katrina, uma mulher que viaja de Phoenix para Oklahoma na companhia de sua filhinha, Clara (Apollonia Pratt). Se a viagem acontecesse na vida real, Katrina seguiria pela rodovia e chegaria a seu destino. Fim. Mas como esse é um filme de terror, a protagonista decide pegar um atalho por uma estrada deserta, e não demora muito para precisar parar para trocar um pneu furado.

Nunca fica claro se aquilo foi um acidente ou se alguém (ou alguma coisa) agiu para que ela parasse. Mas o fato é que a situação dura tempo suficiente para que Clara se afaste do veículo e receba uma picada mortal da cobra que dá título ao filme. A boa notícia é que existe uma habitação próxima, e a mulher que vive lá se prontifica em ajudar a menina. A má notícia é que Katrina terá que pagar um preço muito alto pela vida da filha.


Apollonia Pratt e Carmen Ejogo em imagem do filme 'Cascavel', de Zak Hilditch

Hilditch não perde tempo com explicações desnecessárias. Tudo que sabemos sobre Katrina é que ela é uma mãe solteira em busca de um recomeço, e a única pista que temos sobre sua personalidade vem de um diálogo rápido com a filha. O diretor também não se aprofunda na origem da ameaça que atormenta a protagonista. Só temos acesso ao que Katrina descobre durante suas pesquisas sobre a história sinistra de Tulia, a cidade no Texas que serve como cenário para a maioria das cenas.

Em poucos minutos, o diretor estabelece a trama e nos joga no meio do conflito moral que atormenta a protagonista. Já para desenvolver esse conflito, ele não tem tanta pressa. Alguns elementos que podem ou não ser sobrenaturais pipocam na tela de vez em quando para deixar a coisa mais divertida. Uma ou outra imagem sangrenta, também. Mas o drama acaba abafando o suspense, e o segundo ato se torna um pouco mais arrastado do que precisava.

Gostei da atuação de Ejogo, da atmosfera sufocante e da trilha sonora esquisita. Gostei da maneira como o diretor planta dúvidas discretas sobre a sanidade da protagonista. E também gostei do último ato, quando finalmente temos um pouco de ação e alguns efeitos práticos divertidos. E um final aberto a interpretações.

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O melhor: A premissa prende a atenção.
O pior: Fica meio arrastado no segundo ato.

Título original: Rattlesnake.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Zak Hilditch.
Direção: Zak Hilditch.
Elenco: Carmen Ejogo, Theo Rossi, Emma Greenwell, Melissa Chambers, Bruce Davis, Sean Dillingham, Apollonia Pratt, Jenna Doolittle, LynNita Ellis, Catherine Haun, David Hight, Stephanie Hill, Joy Jacobson, Richard Lippert, Spencer Mabrey, Debrianna Mansini.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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