Crítica | Pickaxe (2019)

Assassino imortal persegue jovens a caminho de um show de air metal no slasher do diretor Jeremy Sumrall

Tiffany Shepis e A. Michael Baldwin em imagem do filme 'Pickaxe', de Jeremy Sumrall

Por Ed Walter

A primeira coisa que você precisa saber sobre Pickaxe é que ele é o capítulo final de uma trilogia criada pelo diretor e roteirista Jeremy Sumrall. E os dois primeiros filmes simplesmente não existem. Idéias esdrúxulas assim não chegam a ser novidade. O diretor Steve Wolsh, por exemplo, começou sua trilogia Muck (2015) pelo capítulo 2. E é preciso dizer que tanto Pickaxe quanto Muck compartilham de outros pontos em comum. Ambos homenageiam o cinema de terror dos anos 80. E ambos são filmes muito fracos.

A trama de Pickaxe é ambientada em 1988. A jovem Heather (Ashley-Marie Zgabay), parte com um grupo de amigos para uma cabana em uma floresta próxima da pequena cidade de Woodland Hills, onde pretendem passar a noite antes de seguir para um show de hair metal. A lenda diz que a região é aterrorizada por Alex Black, um assassino que muitos acreditam ser o filho do demônio. E os jovens vão descobrir que a lenda de Alex é real.

Pickaxe trás muitos elementos de slashers antigos, principalmente de Sexta-Feira 13. Além da cabana na floresta, adultos fazendo papel de adolescentes e atrizes tirando a roupa a cada cinco minutos, temos um vilão imortal e algumas mortes divertidas, incluindo uma deliciosamente ridícula em que a vítima é decapitada com um golpe de picareta. Os efeitos práticos não são lá essas coisas. Mas pelo menos o sangue falso jorra com gosto.


Ashley-Marie Zgabay e Elizabeth Redpath em imagem do filme 'Pickaxe', de Jeremy Sumrall

Já o ritmo do filme não flui tão bem quanto o sangue. A culpa é da edição, que deixa as cenas se estenderem a ponto de um simples diálogo durar cerca de seis minutos. Situações assim tornam a experiência cansativa. E a edição descuidada também atrapalha nos momentos de confronto, que vêm acompanhados de um problema extra: os efeitos sonoros fracos, que tiram o impacto da maioria das cenas.

As cenas com o elenco de jovens são marcadas por diálogos ruins e situações sem sentido. De vez em quando uma piada funciona. Na maior parte do tempo, não. Gostaria de dizer que gostei das participações especiais de A. Michael Baldwin (Flay) e Tiffany Shepis (Terror no Pântano 4) como o xerife Dwayne Matheus e a traumatizada Adrienne Palmer, os únicos sobreviventes dos "filmes" anteriores. Mas a verdade é que eu não me importei com eles também.

O diretor disse que sequências de filmes slashers costumam ser cada vez mais fracas, e por isso decidiu filmar o capítulo mais ruim primeiro. Tomara que ele esteja certo, e que os capítulos anteriores, se um dia forem filmados, sejam melhores do que este.

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O melhor: Tenta simular o clima dos slashers antigos.
O pior: Tem problemas demais para agradar mesmo os fãs mais hardcore de slashers antigos.

Título original: Pickaxe.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 87 minutos.
Roteiro: Jeremy Sumrall.
Direção: Jeremy Sumrall.
Elenco: A. Michael Baldwin, Tiffany Shepis, Ashley-Marie Zgabay, Nick W. Nicholson, Sal Governale, Roxy Vandiver, Michelle Ellen Jones, Kelly Byrns, Joe Grisaffi, Catherine Lawrence Kinslow, Johnson Nguyen, Daniel Pesina, Kerry Beyer, Ellie Ryham, Kasey James, Keefer Barlow.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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