Alex Kurtzman dirige o novo remake de 'A Múmia', estrelado por Tom Cruise, Sofia Boutella e Annabelle Wallis
Sofia Boutella em imagem do filme 'A Múmia', de Alex Kurtzman |
O novo remake de A Múmia marcou o início do Dark Universe, projeto da Universal Studios que visava criar um universo compartilhado de monstros. Na teoria, seria algo semelhante ao que foi feito no universo de assombrações de Invocação do Mal. Mas na prática, a impressão que ficou é que a Universal tentou transformar seus monstros clássicos em astros de filmes de super-heróis.
Tom Cruise (Entrevista com o Vampiro) interpreta Nick Morton, um soldado malandro do exército americano que escava tumbas em busca de artefatos antigos para ganhar uma graninha extra. Ele acaba encontrando a tumba de Ahmanet, uma princesa egípcia que foi mumificada viva como forma de castigo por suas malvadezas. A vilã é libertada, e trata de fazer o que faz de melhor: mais malvadezas.
Assim como no remake de A Múmia protagonizado por Brendan Fraser em 1999, essa nova versão se distancia bastante do original, de 1932. Só que enquanto no filme de Fraser o diretor Stephen Sommers encontrava um bom equilíbrio entre terror e comédia, o longa de Alex Kurtzman privilegia a ação. O terror até aponta timidamente a carinha de vez em quando. Mas é rapidamente engolido pela correria e pelos efeitos digitais explosivos.
Jake Johnson, Annabelle Wallis e Tom Cruise imagem do filme 'A Múmia', de Alex Kurtzman |
A abordagem é ainda mais frenética do que o filme anterior da Universal centrado em outro monstro clássico: Drácula: A História Nunca Contada, que apresentava o rei dos vampiros como um cara legal que adquiria poderes dignos de um X-Men para lutar contra um exército malvado que ameaçava seu povo.
Não seria justo dizer que isso faz de A Múmia um filme ruim. Eu até me diverti com a ótima cena da queda do avião. Ou a da destruição de Londres, que embora fantasiosa demais, não deixa de ser bem feita. Mas acho que faltou uma boa história para unir esses bons momentos. Acho que o alívio cômico poderia ter sido amenizado para que a sensação de perigo estivesse mais presente. E o filme com certeza ganharia pontos se suas cenas de violência fossem mais cascudas, algo que não acontece devido à classificação indicativa PG-13.
Tom Cruise e Annabelle Wallis em imagem do filme 'A Múmia', de Alex Kurtzman |
Cruise tem carisma, mas não cheguei a torcer pelo protagonista. E também não me importei muito com a arqueóloga Jenny, interpretada por Annabelle Wallis (Malignant). O talentoso Russell Crowe (Gladiador) faz uma participação especial no papel do dr. Henry Jekyll, mas seus diálogos são muito ruins. E o roteiro também não colabora com Sofia Boutella (Climax), que acaba se tornando uma vilã mega-poderosa, mas com motivações não muito claras.
A Múmia tem uma produção bem cuidada, e ocasionalmente diverte. Mas na soma geral, a impressão que tive foi que o Dark Universe começou com o pé esquerdo. E eu não fiquei surpreso quando o filme não alcançou o sucesso esperado nas bilheterias e o projeto foi cancelado.
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O melhor: Produção bem cuidada e algumas cenas de ação divertidas.
O pior: História fraca, protagonistas desinteressantes e uma vilã que parece não saber muito bem o que quer.
Título original: The Mummy.
Gênero: Ação, aventura, fantasia, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
País: Estados Unidos, China, Japão.
Duração: 110 minutos.
Roteiro: David Koepp, Christopher McQuarrie, Dylan Kussman.
Diretor: Alex Kurtzman.
Elenco: Tom Cruise, Sofia Boutella, Annabelle Wallis, Russell Crowe, Jake Johnson, Courtney B. Vance, Marwan Kenzari, Simon Atherton, Stephen Thompson, James Arama, Matthew Wilkas, Sohm Kapila, Sean Cameron Michael, Rez Kempton, Erol Ismail.
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