Crítica | Corona Zombies (2020)

Charles Band dirige terror trash sobre variação do coronavírus que transforma pessoas em zumbis

Cody Renee Cameron em imagem do filme 'Corona Zombies', de Charles Band
Cody Renee Cameron em imagem do filme 'Corona Zombies', de Charles Band

Que a pandemia de coronavírus viraria tema de livros, séries e filmes, todos já sabiam. O que ninguém imaginava é que isso acontecesse tão rápido. E que a primeira obra sobre um tema tão delicado seria um filme trash de zumbis.

O exploitation de gosto duvidoso foi batizado de Corona Zombies. E a direção é creditada a  Charles Band, que os fãs do cinema fantástico já conhecem muito bem. Ele vem escrevendo, produzindo e dirigindo filmes de terror, ficção científica e fantasia desde a década de 1970. E seu nome está ligado a obras como A Visão do Terror, Do Além e a franquia O Mestre dos Brinquedos.

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A pergunta que não quer calar é: como Band e sua companhia, a Full Moon Features, conseguiram produzir um filme de zumbis em poucas semanas e, ainda por cima, plena quarentena? Bem, a verdade é que pouca coisa foi produzida. Corona Zombies tem cerca de uma hora de duração, e o único material original vem na forma de uma atriz que fica em cena por cerca de 10% desse tempo. O resto é preenchido com imagens reais. E com cenas extraídas de outros filmes de terror.

Cody Renee Cameron em imagem do filme 'Corona Zombies', de Charles Band

A protagonista é Barbie (Cody Renee Cameron, de Verotika), uma jovem desinformada que volta para casa depois de uma viagem de compras e descobre através dos noticiários que uma variação do coronavírus está transformando as pessoas em zumbis comedores de carne humana. Nossa heroína conversa sem parar no telefone, anda de um lado para o outro com roupas curtas, e também descobre que as únicas defesas contra os zumbis esfomeados são distanciamento social, higiene e álcool gel.

Entre uma cena e outra, somos apresentados aos tais filmes de terror reciclados. Os Predadores da Noite (1980), de  Bruno Mattei e Claudio Fragasso, ganha uma nova montagem e edição, e é redublado toscamente para se transformar na história do Corona Squad, uma unidade de elite do governo americano que luta para combater o coronavírus. Zombies Vs. Strippers (2012), de Alex Nicolaou, é reajustado para ilustrar uma reportagem televisiva onde os zumbis invadem um strip club em New Jersey. E nesse caso nem é preciso redublar, porque tudo consiste em gritos, mordidas e gore.

Cody Renee Cameron em imagem do filme 'Corona Zombies', de Charles Band

O roteiro providencia piadas a cada cinco minutos. Sobre a China, sobre Wuhan, sobre políticos, sobre a classe média alta, sobre sopa de morcegos. Ocasionalmente uma ou outra funciona, principalmente quando Barbie abre a boca para disparar sua metralhadora de abobrinhas. E eu também dei algumas risadas daquela cena ridícula em que uma repórter semi-nua desfila entre nativos animados a caminho de uma audiência com o líder da tribo.

Tirando esses raros momentos tão ruins que são bons, Corona Zombies é um filme muito chato. Vale apenas como curiosidade. E mesmo assim, eu aconselho que você assista com a expectativa bem baixa.

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O melhor: Os comentários de Barbie e aquela cena ridícula da repórter.
O pior: É um amontoado de cenas retiradas de outros filmes.

Título original: Corona Zombies.
Gênero: Terror, comédia.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 61 minutos.
Roteiro: Kent Roudebush, Silvia St. Croix.
Direção: Charles Band.
Elenco: Cody Renee Cameron, Russell Coker, Robin Sydney.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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