Crítica | Caça ao Maníaco (Cry Havoc, 2020)

O assassino mascarado Havoc sai no tapa com o sósia de Charles Bronson no quarto filme da série 'Playing With Dolls', do diretor Rene Perez

Robert Bronzi e Emily Sweet em imagem do filme de terror 'Caça ao Maníaco', de Rene Perez

O quarto capítulo da saga de terror Playing With Dolls coloca o assassino mascarado Havoc novamente sob a supervisão do Voyeur, o milionário psicótico que gosta de atrair desavisados para florestas remotas para filmar suas mortes. Isso é ruim, porque o filme anterior, Playing With Dolls: Havoc, mostrou que o vilão funciona muito melhor quando age sozinho. Mas o longa, novamente dirigido e roteirizado por Rene Perez, também apresenta algumas novidades que fazem com que ele mereça uma espiada.

A primeira delas é a presença de Ellen Weaver (Emily Sweet, do remake de Herança Maldita), uma repórter ambiciosa que recebeu autorização para entrevistar um alvo da lista de mais procurados pelo FBI: ninguém menos que o Voyeur, interpretado novamente por Richard Tyson. Ellen faz seu trabalho muito bem, revelando alguns detalhes curiosos sobre o passado, tanto do milionário quanto de Havoc. Isso amarra várias pontas soltas, mesmo que algumas revelações não façam muito sentido.

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A segunda novidade é a presença do ator Robert Bronzi. Afinal, o filme precisa manter sua aura de produção B dos anos 70, e nada melhor do que contratar o sósia de Charles Bronson para cuidar do serviço. Bronzi interpreta um policial que procura por uma garota desaparecida, que pode ou não ter sido uma das vítimas de Havoc. Como todo bom policial durão de filmes antigos, ele vai passar por cima de qualquer um que ouse atrapalhar sua missão de encontrar a moça. Mas provavelmente você vai rir toda vez que ele abrir a boca para perguntar se alguém a viu.

Imagem do filme de terror 'Caça ao Maníaco', de Rene Perez

Também é provável que você dê risadas com as cenas de tiroteios, deliciosamente cafonas. Mas é preciso concordar que ter a chance de assistir um doppelgänger do Charles Bronson eliminando figuras vilanescas sem amarrotar a roupa é insanamente divertido. E quando os caminhos do policial e da repórter se cruzam, temos uma dupla interessante que pode finalmente colocar um fim nas malvadezas de Havoc. Ou talvez não.

Como de costume, Perez entrega muitas mortes medonhas e flashbacks com cenas de violência dos longas anteriores. Cry Havoc é o filme mais visceral dos quatro. E o que tem o maior número de cenas de nudez gratuita. A fotografia dessaturada combina perfeitamente com as cenas de ação retrô, e dá um aspecto ameaçador aos cenários onde acontecem os massacres de Havoc. A maquiagem e os efeitos práticos continuam surpreendendo. E os efeitos sonoros também, principalmente quando projéteis começam a voar para todos os lados e, na maioria das vezes, acertam as árvores.

Imagem do filme de terror 'Caça ao Maníaco', de Rene Perez

Não posso dizer que gostei das decisões que Rene Perez toma no terceiro ato, principalmente quando ele elimina personagens que, definitivamente, não deveriam ter sido eliminados. Também não gostei nem um pouquinho da maneira como o filme acaba. Mas quem assistiu os capítulos anteriores sabe que finais esdrúxulos já são quase uma marca registrada do diretor.

Caça ao Maníaco não é melhor filme da franquia. Mas se você é fã de Charles Bronson ou anda cansado dos slashers comportadinhos, higienizados e socialmente relevantes dos grandes estúdios, essa é uma boa opção.

Título original: Cry Havoc.
Gênero: Terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Rene Perez.
Direção: Rene Perez.
Elenco: Emily Sweet, Robert Bronzi, Richard Tyson, J.D. Angstadt, Spring Inés Peña.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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