Crítica | 7 Deadly Sins (Charlie Charlie, 2019)

Jovens pagam preço alto por brincar com jogo sobrenatural no terror do diretor Glenn Palmer

A atriz Tori Vild em imagem do filme '7 Deadly Sins', de Glenn Plummer

O segundo longa-metragem do diretor Glenn Plummer acompanha sete jovens que resolvem brincar com um jogo sobrenatural depois que um policial nervoso decreta o fim antecipado de sua festa na piscina. Tony Mercedes (The Thot Who Stole Christmas) assina o roteiro do filme, um mix de terror, drama e comédia apimentada dos anos 80. Tori Vild (série My Haunted House) e Steph Santana (série TiTi Do You Love Me) lideram o elenco.

A tal festa acontece na casa de Kim (Vild), uma jovem de temperamento explosivo que foi condenada a alguns meses de prisão domiciliar depois de ser pega no banco de passageiros de um carro cheio de drogas. Kim começa o filme repreendendo a mãe por fazer comentários racistas sobre seu namorado negro Jamal (Santana). E dez minutos depois, está fazendo comentários racistas sobre Sara (Gladys Bautista, da série Criminal Minds), a jovem mexicana contratada para cuidar da casa enquanto seus pais viajam no final de semana.

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É Sara quem apresenta o jogo sobrenatural para os jovens agitados. Seu nome é "Charlie Charlie", e ele pode ser descrito como uma versão mexicana do tabuleiro ouija. O objetivo é entrar em contato com espíritos. Só que aqui o ritual é feito usando uma superfície plana com as palavras "sim" e "não", e dois lápis formando uma cruz. E o espírito contatado é o de um rapaz morto que não gostava de frequentar a igreja e, portanto, não foi absolvido de seus pecados.

Imagem do filme '7 Deadly Sins', de Glenn Plummer

De acordo com Sara, que tem uma ligação com o sobrenatural devido a um evento traumático ocorrido na sua infância, jogar "Charlie Charlie" sem obedecer uma série de regras pode matar. É claro que a molecada não obedece nenhuma e...bem, eles começam a morrer. Mas antes disso acontecer, vamos passar mais da metade do filme acompanhando conversas, piadas e brigas. E muita dança na piscina.

O elenco jovem é atraente e não se incomoda de participar de situações dignas do Cine Band Privé. Já quando precisam mergulhar no terreno do drama e da comédia, a coisa não funciona muito bem. Eu até dei umas risadinhas com os barracos de Kim. Gostei da cena final da doce Laurie (Ana Walczak, de Exorcismo Adolescente). Mas nenhum dos personagens é simpático o suficiente para fazer com que o público se importe com eles.

Steph Santana e Tori Vild em imagem do filme '7 Deadly Sins', de Glenn Plummer

Também não dá para dizer que as cenas de terror sejam empolgantes. O vilão passa longe de ser interessante. O lance dos pecados mortais não é bem explorado. A edição é um pouco problemática. E Kim e seus amigos fazem tudo que o manual de sobrevivência recomenda que não se faça em um filme de terror, incluindo se separar toda hora, investigar barulhos suspeitos e ignorar constantemente os avisos da única pessoa que tem informações para salvar todo mundo.

7 Deadly Sins ganha alguns pontos pelas participações especiais dos veteranos Tom Sizemore (Hell Girl) e Eric Roberts (Black Wake), que parecem estar se divertindo muito nos papeis do juiz enfezado e daquele cara do hospital psiquiátrico. Ganha mais alguns pelo visual razoavelmente bem cuidado e pela maquiagem decente. E não dá para elogiar muita coisa além disso.

Título original: Charlie Charlie.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Tony Mercedes.
Direção: Glenn Plummer.
Elenco: Tori Vild, Tom Sizemore, Eric Roberts, Ana Walczak, Gladys Bautista, Noel Gugliemi, Glenn Plummer, Samson Crouppen, Bart Voitila, Steph Santana, Anthony Del Negro, Orit Morami, Shanna Forrestall, Jaslyn Ome, Joshua A Furtado, David Hill, Mary Jo Perez, Harvey B. Jackson, Alexis Freeman, Tyrone Emanuel, Kat Akmakji, Robbie Carroll, Daniel Hausser, Jose J Santana.

O melhor: O elenco é atraente. E tem festa na piscina.
O pior: Os personagens são chatos. O vilão também. O terror demora uma eternidade para começar. E quando começa, não empolga muito.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Filme horrível um insulto ao gênero podiam ter explorado mais essa lenda que ficou muito famosa.

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