Crítica | Oração Diabólica (A Nun's Curse, 2020)

Quatro amigos precisam lidar com freira assassina em prisão abandonada no slasher sobrenatural de Tommy Faircloth

O novo filme do diretor de Family Possessions, Tommy Faircloth, gira em torno da lenda da irmã Monday, uma freira que foi designada para trabalhar em uma prisão depois que um incêndio destruiu o convento onde vivia. Dizem que Monday matava os detentos que se recusavam a se confessar. Dizem que ela nunca foi capturada. E há até quem diga que a freira escorregadia ainda ronda pelos corredores da prisão, hoje abandonada.

A protagonista Ashley-Kae (Erika Edwards, de The Perfect Day) cresceu ouvindo histórias de ninar sobre as malvadezas da irmã Monday, e desenvolveu uma verdadeira obsessão pela freira. Agora Ashley-Kae está crescidinha, e quer fotografar as ruínas do convento de Horse Creek, onde Monday vivia. Ela está acompanhada de figuras com as quais os fãs de terror já estão acostumados. Kristi Ray (Fever Dreams Movie) faz a loira atraente que geralmente morre primeiro em filmes slashers. Damian Maffei (Os Estranhos: Caçada Noturna) faz o namorado babaca. E Gunner Willis (Body Swap) interpreta o amigo nerd bonzinho, que nutre uma paixão secreta pela protagonista.

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Surpreendidos pelo que acreditam ser uma tempestade (mas na verdade são apenas efeitos sonoros de trovões, porque dá para ver que o céu está muito limpo), o quarteto precisa encontrar um lugar para se proteger. Felizmente a prisão abandonada de Horse Creek fica logo ali, e pode oferecer abrigo contra os efeitos sonoros a chuva. Mas será que a irmã Monday não está escondida lá dentro, esperando para surpreendê-los e presenteá-los com mortes horríveis? Sim, ela está.

A scream queen Felissa Rose, estrela de Acampamento Sinistro e Terror no Pântano 4, interpreta a freira assassina que ataca detentos com uma faca afiada, convenientemente disfarçada de crucifixo de madeira. Mas ela não tem muita coisa para fazer, além de aparecer em flashbacks eliminando dois prisioneiros desavisados. Ou aparecer no presente, com maquiagem de fantasma, para tentar emplacar alguns jump scares.

Não que o resto do elenco tenha muita coisa para fazer. Na verdade, os personagens passam os primeiros 50 minutos brigando, andando por corredores vazios ou conversando sobre como a irmã Monday é malvada. Isso não é divertido. E lá pela metade do filme, eu já estava torcendo para que o diretor se rendesse logo à cartilha dos nunsploitation e dos slashers antigos, e entregasse um pouco de nudez gratuita para espantar o tédio. As atitudes do casal Anthony e Gabby até apontam para isso. Mas não, eles apenas conversam. E brigam.

Nossos heróis tagarelas só vão pagar pelos seus pecados nos minutos finais. E embora Faircloth entregue um pouco de sangue falso e uma cena que vale pela bizarrice, não posso dizer que fiquei empolgado com o que vi. Também não dá para elogiar o plot twist que revela a identidade do assassino. E muito menos a segunda surpresa, que me deixou com uma sensação desagradável de ter perdido meu tempo por nada. Há uma terceira reviravolta. Mas, a essa altura, eu já não estava mais me importando.

Título original: A Nun's Curse.
Gênero: Terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 73 minutos.
Roteiro: Tommy Faircloth.
Direção: Tommy Faircloth.
Elenco: Felissa Rose, Damian Maffei, Gunner Willis, Jason Bracht, Michael James Daly, Erika Edwards, Sean Krumbholz, Ashley-Kae Luker, Kristi Ray, Jason Vail.