Crítica | Caso 39 (Case 39, 2009)

Renée Zellweger interpreta assistente social investigando caso de abuso infantil no terror 'Caso 39', do diretor Christian Alvart


Renée Zellweger e Jodelle Ferland como Emily e Lilu no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart
Renée Zellweger e Jodelle Ferland como Emily e Lilu no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart


O primeiro filme hollywoodiano do diretor alemão Christian Alvart conta a história de Emily Jerkins (Renée Zellweger, de O Massacre da Serra Elétrica 3), uma assistente social dedicada que cuida de nada menos que 38 casos envolvendo maus tratos contra crianças. Como o filme se chama Caso 39, ela está prestes a receber mais um. E será o caso mais assustador de todos.

A encrenca começa porque uma garotinha de 10 anos chamada Lily (Jodelle Ferland, de Terror em Silent Hill) está sendo vítima de pais abusivos e necessita urgentemente da ajuda do Serviço Social. Ao chegar à residência da família, Emily se depara com uma menina assustada e um casal com cara de poucos amigos. Dar mais detalhes sobre a história seria spoiler. Mas posso dizer que assim que se envolve com o caso, a vida de nossa heroína vira um inferno.

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O primeiro ato de Caso 39 se sustenta como um drama familiar relativamente competente. Zellweger tem uma boa química com a atriz mirim Ferland, que acaba se tornando um dos pontos fortes do filme. Bradley Cooper (O Último Trem) surge como Doug, um psicólogo e interesse amoroso da protagonista, enquanto Ian McShane (série American Gods) interpreta o policial Barron, que assume o posto do personagem racional quando elementos aparentemente sobrenaturais começam a pipocar na tela.

Renée Zellweger como Emily no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart
Renée Zellweger como Emily no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart


Conforme Emily desvenda o primeiro mistério do filme, a tensão se acumula. O diretor trabalha bem a atmosfera de suspense, cheia de ameaças e incertezas. Quando todas as cartas são colocadas na mesa, ele fica livre para se dedicar ao terror. Isso inclui uma sucessão de eventos estranhos, que vão de vespas saindo de dentro de corpos humanos até cães misteriosos espreitando nas sombras para aterrorizar vítimas desavisadas.

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Fãs de longa data do gênero vão identificar elementos que remetem a filmes como o terror japonês O Chamado, e clássicos setentistas como A Profecia e Carrie, a Estranha. Também notarão que o roteiro de Christian Alvart tem alguns reflexos de um episódio famoso da série antológica Além da Imaginação. Isso não tira os méritos de Caso 39 que, no meio de tantas referências, acaba encontrando uma identidade própria.

Jodelle Ferland como Lily no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart
Jodelle Ferland como Lily no filme de terror 'Caso 39', de Christian Alvart


Algumas cenas, como aquela em que Doug passa apuros no banheiro, se equilibram naquela linha fina que separa o terror do humor involuntário. A mudança no comportamento de Emily diante de certas revelações às vezes é um pouco brusca. Mas na maior parte do tempo, a história se desenrola sem tropeços, e mesmo que o final não seja memorável (um final alternativo chegou a ser filmado, mas foi descartado), não posso dizer que não gostei do que vi.

Nota: 6/10

Título original: Case 39.
Gênero: Terror, suspense, drama.
Produção: 2009.
Lançamento: 2010.
País: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 1 h 49 min.
Roteiro: Ray Wright.
Direção: Christian Alvart.
Elenco: Renée Zellweger, Jodelle Ferland, Ian McShane, Bradley Cooper, Callum Keith Rennie, Adrian Lester, Kerry O'Malley, Cynthia Stevenson, Alexander Conti, Philip Cabrita, Vanesa Tomasino, Mary Black, Domenico D'Ambrosio, Benita Ha, J. Winston Carroll.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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