Crítica | Open 24 Hours (2018)

Vanessa Grasse vive noite de terror em posto de gasolina isolado no slasher do diretor e roteirista Padraig Reynolds


Vanessa Grasse em imagem do filme de terror 'Open 24 Hours', de Padraig Reynolds

Uma das regras para sobreviver em um slasher é não parar para pedir informações em postos de gasolina localizados no meio do nada, pois seus proprietários quase sempre vão indicar o caminho errado que levará os protagonistas para os braços da morte. Parece que Mary, a heroína do novo longa-metragem do diretor Padraig Reynolds, não assiste filmes de terror. Vai parar no posto de gasolina mais remoto de todos. E o pior é que ela não vai pedir informações, e sim um emprego!

Não que Mary tivesse muita escolha. Afinal, ela acabou de sair da prisão após cumprir pena por um crime que eu não posso dizer qual é. E uma das condições para que permaneça em liberdade é arranjar um trabalho. Curiosamente, dessa vez o perigo não está no posto, e sim no passado sombrio da protagonista que, como Fênix, renasce das chamas para assombrá-la.

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O roteiro, também escrito por Reynolds, estabelece bem cedo que Mary está psicologicamente fragilizada. Ela vê e ouve coisas que podem ou não ser reais. Isso quase sempre é ruim para um slasher, pois abre a porta para que o diretor nos enrole o filme inteiro e só entregue respostas (às vezes decepcionantes) nos minutos finais, como aconteceu no recente Lake of Death. Reynolds, felizmente, não cai nessa armadilha.

Vanessa Grasse e Brendan Fletcher em imagem do filme de terror 'Open 24 Hours', de Padraig Reynolds

Uma cena de violência inesperada no primeiro ato deixa claro que, independente das visões, existe uma ameaça muito real. E ao brincar com a tênue compreensão da realidade de sua heroína, o terror de Padraig acaba oferecendo diversão para vários gostos. Open 24 Hours tem espaço para terror psicológico, torture porn e a matança típica de filmes slashers. Há bons momentos de tensão, perseguições e confrontos. O gore não é tão frequente. Mas o sangue jorra quando é necessário.

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A jovem scream queen Vanessa Grasse, estrela de Massacre no Texas, Roboshark e A Maldição das Formigas Gigantes, faz um bom trabalho como a protagonista atormentada. O peso de um passado marcado por abusos físicos e emocionais pode ser sentido em cada uma de suas reações, seja parada atrás do balcão do posto, andando por sua fachada iluminada por neon ou se aventurando no banheiro sujo que fica nos fundos. Uma de minhas cenas favoritas acontece justamente lá.

Vanessa Grasse em imagem do filme de terror 'Open 24 Hours', de Padraig Reynolds

O elenco de apoio não decepciona. Meu personagem favorito foi Bobby (Brendan Fletcher, da série iZombie), que se torna muito importante na jornada da protagonista. Mas eu também gostei da amiga Debbie (Emily Tennant, de O Caminho do Mal) e do oficial de condicional ranzinza Tom (Daniel O'Meara, de Sangue e Honra). Tomi May (Vingança Muda) faz o caminhoneiro mal-intencionado Bubba Jackson. E temos um bom vilão, interpretado por Cole Vigue (série The 100).

O fato da trama se passar em uma única noite força o roteiro a recorrer a certas coincidências que podem atrapalhar um pouco a imersão. Mas como elas sempre levam a eventos interessantes, eu não me importei em oferecer ao filme a pequena dose de suspensão de descrença que ela pedia. Open 24 Hours é uma boa surpresa.

Nota: 7

Título original: Open 24 Hours.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 102 minutos.
Roteiro: Padraig Reynolds.
Direção: Padraig Reynolds.
Elenco: Vanessa Grasse, Brendan Fletcher, Cole Vigue, Emily Tennant, Daniel O'Meara, Selina Giles, Tomi May, Jovana Miletic.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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