Crítica | Operação Obscura (Body Cam, 2020)

Mary J. Blige e Nat Wolff interpretam policiais que investigam caso horripilante em 'Operação Obscura', drama de terror dirigido por Malik Vitthal


Nat Wolff e Mary J. Blige em imagem do filme de terror 'Operação Obscura', de Malik Vitthal

O novo filme do diretor Malik Vitthal conta a história de Renee Lomito (Mary J. Blige, da série The Umbrella Academy), uma policial veterana traumatizada pela violência no trabalho e por uma recente tragédia em sua vida pessoal. Nós a conhecemos quando ela é aceita de volta no departamento de polícia de Los Angeles, após ficar afastada por perder a paciência e agredir um civil durante uma abordagem.

Renee ganha um novo parceiro, Danny (Nat Wolff, de Death Note). E à exceção de um incidente envolvendo uma criança e seus pais descuidados, a primeira ronda da dupla é tranquila. Tudo muda quando eles encontram uma viatura abandonada e descobrem que um de seus companheiros policiais foi brutalmente assassinado. A morte foi gravada pela câmera do painel de controle do veículo de patrulha. E ao ter acesso às imagens, Renee encontra indícios de que a coisa que matou o policial pode não ser deste mundo.


$ads={1}


O roteiro de Nicholas McCarthy e Richmond Riedel pega temas muito atuais e espinhosos (não vou entrar em detalhes para evitar spoilers) e os insere no que pode ser descrito como um híbrido de terror e drama policial. Tudo bem que o roteiro também se apoia em alguns clichês que os fãs de filmes policiais vão reconhecer bem cedo. Fica fácil para o público deduzir porque o policial foi assassinado. Mas o maior mistério aqui não é o porque, e sim quem (ou o que) está aterrorizando a polícia.

Imagem do filme de terror 'Operação Obscura', de Malik Vitthal

Vitthal faz bom uso da maravilhosa cinematografia de Pedro Luque (O Homem nas Trevas) e do trabalho competente da equipe de efeitos sonoros para brincar com nosso medo do desconhecido. A maior parte da ação ocorre à noite. Os cenários internos são muito escuros. Renee e Danny entram neles com frequência. E dá para sentir o perigo a cada passo que a dupla dá, orientando-se apenas pela luz da lanterna. A escuridão ainda serve para nos lembrar da ambiguidade moral em que o filme se apoia. E, é claro, serve para garantir alguns sustinhos.


$ads={2}


A sensação de que algo terrível pode acontecer a qualquer momento é frequente. E quando a coisa acontece... bem, ela é realmente terrível. A violência é visceral. Os efeitos práticos, medonhos. Minha cena favorita é ambientada em uma loja de conveniências. Mas há muitos outros momentos onde o diretor se mostra hábil na fina arte de provocar arrepios, revirar estômagos e deixar o público com os nervos à flor da pele.

Imagem do filme de terror 'Operação Obscura', de Malik Vitthal

Achei o drama familiar de Renee meio arrastado. Mas felizmente o que parecida estar ali apenas para fazer o público sentir pena da protagonista se revela importante nos 20 minutos finais, dominados pelo relacionamento entre mães e filhos, por críticas sociais e por mais cenas brutais e, ocasionalmente, perturbadoras. Mesmo com seus pequenos problemas, Operação Obscura é uma grande surpresa.

Nota: 8/10

Título original: Body Cam.
Gênero: Terror, suspense, mistério.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 96 minutos.
Roteiro: Nicholas McCarthy, Richmond Riedel.
Direção: Malik Vitthal.
Elenco: Mary J. Blige, Nat Wolff, David Zayas, Anika Noni Rose, David Warshofsky, Ian Casselberry, Philip Fornah, Lara Grice, Demetrius Grosse, Naima Ramos-Chapman, Altonio Jackson, Renell Gibbs, Lorrie Odom, Jeff Pope, Mason Mackie.


Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

Postar um comentário

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

Postagem Anterior Próxima Postagem