Crítica | A Escolhida (Antebellum, 2020)

Janelle Monáe interpreta jovem presa em uma realidade assustadora no drama sombrio de Gerard Bush e Christopher Renz


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Longa de estreia de Gerard Bush e Christopher Renz, A Escolhida conta a história de Veronica (a ótima Janelle Monáe, de Bem-vindos a Marwen), uma mulher que se encontra presa em uma realidade assustadora. Ela precisa confrontar o passado, o presente e o futuro para conseguir fugir, antes que seja tarde demais. E isso é tudo que posso dizer, sem correr o risco de entrar no terreno dos spoilers.

Não que o plot twist que acontece no último ato seja original. Na verdade, um filme muito conhecido, lançado em 2004, apresentou uma reviravolta parecida. Acabei sacando o caminho que A Escolhida seguiria bem cedo, no momento em que entra em cena a personagem Julia, interpretada pela talentosa Kiersey Clemons, de O Mistério da Ilha. Mas se você não matar a charada antes da hora, é possível que se surpreenda.

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É claro que também é possível que você solte um sonoro "Mas que #%@%# eu acabei assistir?!?" ao perceber que as revelações revisitam uma série de inconsistências e um certo oportunismo do roteiro. Não vou discutir sobre as mensagens do filme, pois teria que me aprofundar nos temas abordados e isso, inevitavelmente, levaria a spoiler. Se bem, ainda que de maneira não muito honesta, o próprio trailer e até as imagens promocionais já cuidam de entregar parte da história.

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Visualmente A Escolhida impressiona. Abre com uma sequência sem cortes avassaladora, que apresenta os personagens e nos ambienta em um mundo verdadeiramente horrível. Não há muito desenvolvimento de personagens, até porque o roteiro não pode revelar muito sobre eles. Mas o elenco faz um trabalho competente, o drama funciona relativamente bem, e há suspense e intrigas suficientes para manter o público interessado nos 40 minutos iniciais.

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O segundo ato é bem menos interessante. Dura cerca de 30 minutos, mas ouso dizer que poderia ser resumido em 10. Isso nos pouparia de acompanhar personagens conversando sobre assuntos sem sentido. Ou das tentativas não muito felizes de criar situações engraçadas. A personagem de Gabourey Sidibe (Halloween Macabro) certamente se sairia bem em uma comédia. Mas aqui ela parece deslocada, e a falta de sintonia acaba deixando as cenas mais cansativas do que já estavam.

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No ato final, sem precisar se preocupar em esconder segredos, os diretores ficam livres para entregar um pouco de ação. Os minutos finais são marcados por perseguições, confrontos e tiroteios. Se como crítica social A Escolhida tem problemas, como thriller de vingança ele até que não se sai tão mal. 

Nota: 6

Título original: Antebellum.
Gênero: Drama, mistério, terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 105 minutos.
Roteiro: Gerard Bush, Christopher Renz.
Direção: Gerard Bush, Christopher Renz.
Elenco: Janelle Monáe, Arabella Landrum, Jena Malone, Eric Lange, Tongayi Chirisa, Achok Majak, Jack Huston, Kiersey Clemons, T.C. Matherne, Robert Aramayo, Marque Richardson, London Boyce, Bernard Hocke, Dayna Schaaf, Gabourey Sidibe, Todd Voltz, Lily Cowles, Caroline Cole, Geraldine Glenn, Grace Junot, Victoria Blade, Choppy Guillotte, Lyle Brocato, Eric Stratemeier, Bill Martin Williams, Trula M. Marcus, Betsy Borrego, Devyn A. Tyler, Kimani Bradley.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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