Crítica | O Mal Está Lá Fora (Hunter's Moon, 2020)

Invasão domiciliar é interrompida pela chegada de lobisomens em 'O Mal Está Lá Fora', do diretor estreante Michael Caissie


Imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora'
Thomas Jane em arte do filme 'O Mal Está Lá Fora', de Michael Caissie


O Mal Está Lá Fora é um filme de terror de baixo orçamento que coloca três irmãs loiras no centro de uma trama que envolve invasão domiciliar, um serial killer e alguns lobisomens. É o longa-metragem de estreia do diretor Michael Caissie, realizador do curta Ashes (2014). Caissie também assina o roteiro.

As irmãs em apuros são Juliet, Wendy e Lisa, que se mudam com os pais para uma casa de campo que pertencia a um assassino, agora morto. Papai Thomas e mamãe Bernice precisam se ausentar à noite, e deixam nossas heroínas sozinhas. Mas antes uma das filhas espalha a notícia na cidade mais próxima, o que atrai a atenção de três criminosos.


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O que começa como um filme de invasão domiciliar, com as irmãs indefesas à mercê dos vilões inescrupulosos, toma um rumo inesperado quando a lua cheia ilumina um pomar próximo da casa. Bem, na verdade, o filme fica estranho antes disso. Mas é o brilho da lua que desperta a ameaça monstruosa, faminta e peluda que perseguirá os personagens até o final.

Imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora'
Katrina Bowden em imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora', de Michael Caissie


O filme não tem nenhuma cena de transformação, e o lobisomem é mantido nas sombras na maior parte do tempo. Ele só mostra o quanto seus olhos e sua boca são grandes em uma cena rápida no último ato. Seu visual provavelmente não vai assustar ninguém, e acho até que corre o risco de provocar risos. Mas quem gosta de efeitos práticos talvez se divirta com a aparição do monstrengo.


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O elenco está repleto de nomes conhecidos do cinema de terror. Katrina Bowden, estrela de Monolith e Tucker e Dale Contra o Mal, faz a irmã mais velha, Juliet, que parece estranhamente tranquila com a presença dos invasores em sua nova casa. Amanda Wyss, sempre lembrada pelo seu papel de Tina Grey no primeiro filme da franquia A Hora do Pesadelo, interpreta a matriarca, Bernice.

Imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora'
Jay Mohr e Amanda Wyss em imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora', de Michael Caissie


Sean Patrick Flanery, que interpretou Ennis, o cowboy de um braço só do slasher Rodeio do Inferno, faz uma aparição rápida na cena de abertura. Thomas Jane, astro de O Nevoeiro e 1922, interpreta um xerife que dá uma passadinha na casa infernal. Na teoria, esses nomes seriam suficientes para garantir um filme ao menos razoável. Na prática, as coisas não são bem assim.

Um dos problemas de O Mal Está Lá Fora é que o diretor não consegue criar uma sensação real de tensão. Quando os criminosos entram na casa, você não sente que as moças estão em perigo (ok, o comportamento das garotas colabora para isso). Quando o lobisomem inicia sua caçada nos cenários cobertos de névoa que cercam a casa, o ritmo continua morno.

Imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora'
Katrina Bowden e India Ennenga em imagem do filme 'O Mal Está Lá Fora', de Michael Caissie


Acredito que uma edição mais ágil e um cuidado maior com os efeitos sonoros poderiam amenizar parte desses problemas. Mas o filme ainda sofreria com a montagem, que faz com que cenas que deveriam acrescentar mistérios sejam apenas confusas.

O roteiro bem que tenta surpreender com uma reviravolta final, mas não consegue amarrar as pontas para que ela faça sentido. Provavelmente as decisões de  Juliet, Wendy e Lisa farão mais sentido se você assistir o filme pela segunda vez. Mas isso é algo que eu realmente não tenho intenção de fazer.

Nota: 3.8/10

Título original: The Orchard / Hunter's Moon.
Gênero: Crime, terror, suspense.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 81 minutos.
Roteiro: Michael Caissie.
Direção: Michael Caissie.
Elenco: Katrina Bowden, Jay Mohr, Will Carlson, Spencer Daniels, India Ennenga, Amanda Wyss, Daniel R. Hill, David Labrava, Emmalee Parker, Lexi Atkins, Sean Patrick Flanery, Thomas Jane, Anthony J. Sharpe, Fredrik Ejemo, Jonathan Kennedy.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Queria saber quem fez as dublagens, por exemplo: Herbert Richers... As vozes em português não tem emoção nenhuma, automática... Foi na pandemia né

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