Crítica | Uma Sombra na Nuvem (Shadow in the Cloud, 2020)

Chloë Grace Moretz interpreta mulher misteriosa presa em bombardeiro na Segunda Guerra Mundial nesse híbrido de ação e terror dirigido por Roseanne Liang

Chloë Grace Moretz em arte do filme 'Uma Sombra na Nuvem', de Roseanne Liang

Uma Sombra na Nuvem é um filme de ação com pitadas de terror, sobre uma mulher que precisa superar ameaças físicas e psicológicas após ficar presa em um bombardeiro durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se do segundo longa-metragem da diretora Roseanne Liang, que em 2011 entregou o romance My Wedding and Other Secrets. Ela também assina o roteiro em parceria com Max Landis.

Chloë Grace Moretz (Obsessão) interpreta Maude Garrett, uma mulher misteriosa com sotaque britânico que se apresenta como oficial auxiliar da Força Aérea para pegar carona com a tripulação masculina do bombardeiro aliado 'The Fool’s Errand'. Sua missão é transportar uma caixa, cujo conteúdo é classificado como altamente confidencial.

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Os homens não reagem muito bem quando percebem que têm uma mulher a bordo, e tratam de designar nossa heroína para sentar na torre inferior. Boa parte do filme se resume a Maude lidando com os comentários sexistas da tripulação, que parece fazer fila para objetificá-la no rádio. Mas a coisa muda com o surgimento de bombardeiros inimigos. E de monstros que parecem decididos a derrubar o avião.

Chloë Grace Moretz em imagem do filme 'Uma Sombra na Nuvem', de Roseanne Liang

A ideia remete a 'The Mission', episodio da série antológica Histórias Maravilhosas, dirigido em 1985 por Steven Spielbeg. Mas o espectador mais atento também vai encontrar referências a 'Nightmare at 20,000 feet', episódio clássico de Além da Imaginação sobre um homem que tenta convencer os tripulantes de um avião de que há um monstro na asa.

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As criaturas em Uma Sombra na Nuvem ganham vida através de efeitos digitais. O roteiro não se preocupa em explicar sua origem, mas um curioso desenho animado que serve como cena de abertura as apresenta como um bode expiatório para homens incompetentes. Isso reforça as mensagens feministas do roteiro, principalmente aquelas contidas na batalha final.

Chloë Grace Moretz em imagem do filme 'Uma Sombra na Nuvem', de Roseanne Liang

Manter a protagonista confinada em um espaço apertado garante alguns momentos claustrofóbicos, mas também enfadonhos. Assim que o conteúdo ultra-secreto da caixa que Maude transporta é revelado, Uma Sombra na Nuvem se transforma em um espetáculo de ação com cenas tão absurdas que mesmo aqueles que têm nível alto de suspensão de descrença terão dificuldades para digeri-las. São momentos que provavelmente provocariam risos em uma produção trash da Full Moon Features ou da The Asylum, mas que parecem completamente deslocados em um filme que, até então, estava se levando muito a sério.

Parei de me importar com Uma Sombra na Nuvem quando Maude começou a insultar as leis da gravidade para fazer acrobacias heroicas com o dedo quebrado. E aquela cena surreal da explosão, que deixaria constrangidos até mesmo os personagens da franquia Velozes e Furiosos, não ajudou a me trazer de volta.

Nota: 4

Título original: Shadow in the Cloud.

Gênero: Ação, terror, guerra.

Produção: 2020.

Lançamento: 2021.

País: Nova Zelândia, Estados Unidos.

Duração: 83 minutos.

Roteiro: Max Landis, Roseanne Liang.

Direção: Roseanne Liang.

Elenco: Chloë Grace Moretz, Nick Robinson, Beulah Koale, Taylor John Smith, Callan Mulvey, Benedict Wall, Byron Coll, Joe Witkowski, Liam Legge, Asher Bridle.