Crítica | Sozinha (Alone, 2020)

Jules Willcox interpreta mulher traumatizada que tenta escapar de stalker assassino em 'Sozinha', um suspense eletrizante dirigido por John Hyams

Jules Willcox em imagem do filme 'Sozinha', de John Hyams | ©Koch Films

Sozinha é um filme de suspense com pitadas de terror sobre uma mulher que foge de um passado traumático e acaba se envolvendo em uma situação que, provavelmente, irá traumatizá-la também. Trata-se de um remake de Försvunnen, suspense sueco de 2011 dirigido por Mattias Olsson e Henrik JP Åkesson, que ganhou o título internacional de Gone.

A nova versão é dirigida por John Hyams, que já comandou episódios de séries como Black Summer e Z Nation, dirigiu Soldado Universal 3: Regeneração, e está cuidando do reboot do slasher Maniac Cop. Hyams dirige Sozinha a partir do roteiro de Mattias Olsson, roteirista e co-diretor do filme original.

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Jules Willcox (Apanhador de Pesadelos) interpreta Jessica, uma jovem mulher que coloca seus pertences em um trailer e viaja pelas estradas desertas do Pacífico rumo a um lugar desconhecido. Ela quer recomeçar a vida, destruída por uma tragédia recente. No caminho, Jessica encontra um stalker, e a viagem se transforma em uma batalha pela sobrevivência.

Marc Menchaca em imagem do filme 'Sozinha', de John Hyams | ©Koch Films

O roteiro de Olsson é direto, evita reviravoltas mirabolantes e não tem vergonha de recorrer a situações que os fãs de filmes de terror e suspense já conhecem muito bem. O primeiro ato de Sozinha remete a Encurralado, clássico de 1971 dirigido por Steven Spielberg sobre um homem de negócios que dirige sozinho em uma estrada secundária e se vê perseguido por um motorista de caminhão.

O segundo assume contornos de thriller de sobrevivência, e o terceiro entra no terreno dos filmes de vingança feminina. É uma estrutura semelhante à do ótimo Hunted, filme de 2020 que também mostra uma mulher lidando com perseguidores implacáveis. Mesmo com tantos elementos familiares, Sozinha é um filme altamente eficaz, em boa parte graças ao talento do diretor para criar tensão a partir de situações simples.

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Um diálogo, um caminhão que se afasta deixando a protagonista sozinha em um estacionamento, e até um simples prego grudado na parede, são utilizados com maestria para deixar o espectador com os nervos à flor da pele. A trilha sonora é tão discreta que às vezes você até se esquece dela. Lá pela metade do filme ela ganha força, elevando o suspense a níveis inacreditáveis.

Jules Willcox em imagem do filme 'Sozinha', de John Hyams | ©Koch Films

Willcox entrega uma protagonista carismática. A heroína até toma algumas decisões questionáveis ocasionalmente, mas a atriz é tão boa em transmitir a mistura complexa de desespero e determinação da personagem, que dá para comprar a maioria das situações.

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Marc Menchaca (série The Outsider) é ameaçador sem precisar fazer muito esforço. Talvez você não perceba isso ao vê-lo pela primeira vez, ostentando seus óculos de aro metálico e um enorme bigode que o deixa parecido com Ned Flanders, de Os Simpsons. Mas acredite, esse é um vilão que você amará odiar.

A violência gráfica é tímida no começo, mas se intensifica conforme o vilão percebe que irritar uma mulher estressada que empacota sozinha sua mudança pode não ter sido uma boa idéia.  Os efeitos práticos são ótimos. Como não assisti o filme original, não posso fazer comparações. Mas posso dizer que esse remake é uma obra que você precisa conhecer.

Nota: 8/10

Título original: Alone.

Gênero: Suspense, terror, drama.

Produção: 2020.

Lançamento: 2020.

País: Estados Unidos.

Duração: 98 minutos.

Roteiro: Mattias Olsson.

Direção: John Hyams.

Elenco: Jules Willcox, Marc Menchaca, Anthony Heald, Jonathan Rosenthal, Katie O'Grady, Betty Moyer, Shelly Lipkin, Emily Sahler, Laura Duyn, Brenton Montgomery, Nico Floresca, Laura Baker, Kayla Banks, Brett Barron, Grace Birdwell.