Ed e Lorraine investigam caso de acusado de assassinato que alega estar possuído pelo demônio no terceiro capítulo de 'Invocação do Mal'
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Vera Farmiga e Patrick Wilson em imagem do filme 'Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio', de Michael Chaves | ©Warner Bros. |
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio é o terceiro capítulo de uma franquia de filmes de terror de enorme sucesso, iniciada em 2013 pelo diretor James Wan e seus roteiristas Chad Hayes e Carey W. Hayes. É também o oitavo longa-metragem de um universo compartilhado do qual também fazem parte A Freira, A Maldição da Chorona e os três filmes da boneca Annabelle.
Assim como os capítulos anteriores, Invocação do Mal 3 é baseado nos arquivos de Ed e Lorraine Warren, um casal real que ficou famoso após investigar casos de supostas manifestações sobrenaturais amplamente divulgados pela mídia. A essa altura do campeonato, você provavelmente já ouviu falar dos dois. Ou pelo menos dos casos que investigaram, que vão do horror de Amityville à assombração de Connecticut, passando pela possessão de Enfield até chegar ao lobisomem de Londres. Isso apenas para citar alguns.
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A base para o novo capítulo é o caso de Arne Cheyenne Johnson, um jovem que no início da década de 1980 entrou para a história dos tribunais americanos como o primeiro réu que se defendeu de uma acusação de assassinato alegando possessão demoníaca. Esse caso, que também inspirou O Exorcista do Demônio (1983), ficou conhecido como "The devil made me do it", ou "O demônio me obrigou a fazer".
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Ruairi O'Connor em imagem do filme 'Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio', de Michael Chaves | ©Warner Bros. |
O filme é roteirizado por David Leslie Johnson-McGoldrick e James Wan, que apostam em uma trama bem diferente das anteriores. Isso afeta tanto o desenvolvimento quanto a condução da história. Na maior parte do tempo, acompanhamos o casal Warren envolvido em uma investigação, bem nos moldes de Arquivo X. É algo empolgante e leva o filme para um caminho imprevisível. Mas não tem como negar que essa decisão sacrifica parte da identidade da franquia, dilui consideravelmente as cenas de terror e faz de Invocação do Mal 3 o filme mais fraco da trilogia.
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Isso não significa que ele é ruim ou que não tenha uma boa cota de momentos arrepiantes. O filme começa em ritmo de parada cardíaca (literalmente), com uma cena medonha de exorcismo que ganharia facilmente o prêmio de melhor abertura da franquia. Há momentos tensos, como o passeio de Lorraine por uma floresta que esconde segredos sobrenaturais, e uma cena particularmente desagradável ambientada em um necrotério. Isso sem contar o confronto final, que me fez temer como nunca pela vida do casal.
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Imagem do filme 'Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio', de Michael Chaves | ©Warner Bros. |
Os cenários, músicas e figurinos recriam com competência o clima do início dos anos 80. A trilha sonora de Joseph Bishara continua envolvente, contribuindo para a criação de uma atmosfera sombria. O diretor Michael Chaves busca emular o estilo de direção de James Wan, sem no entanto deixar de dar seu toque pessoal à obra. Há alguns jump scares, e a maioria funciona muito bem. E isso é realmente uma surpresa, visto que o filme anterior de Chaves, A Maldição da Chorona, não conseguiu ser mais que regular.
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Patrick Wilson (Sobrenatural) e Vera Farmiga (A Órfã) continuam ótimos como o demonologista Ed e a médium Lorraine. O caso de Arne tem um grande impacto em sua rotina e a união do casal pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Gostei da maneira como o filme explora os dons de visão e projeção astral de Lorraine. E achei um passo ousado a decisão de criar um problema inesperado para Ed, que provavelmente terá enorme reflexo nos próximos filmes da franquia.
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Vera Farmiga em imagem do filme 'Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio', de Michael Chaves | ©Warner Bros. |
Diferente do que aconteceu nos filmes anteriores, não posso dizer que me importei muito com os personagens de apoio. Mas Ruairi O'Connor (Postais Mortais) e Sarah Catherine Hook (série NOS4A2) estão bem como o jovem Arne e sua namorada Debbie. Julian Hilliard (A Cor que Caiu do Espaço) entrega a criança assustadora que se espera de um filme de franquia. E John Noble (série Fringe) até surpreende como o enigmático padre Kastner. Há uma muita história por trás desse personagem (e de outra que eu não posso revelar, sobre risco de spoiler), e eu não duvido que ela seja aproveitada em um possível spin-off.
Nota: 7/10
Título original: The Conjuring: The Devil Made Me Do It.
Gênero: Terror, mistério, suspense.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos, Reino Unido.
Duração: 112 minutos.
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, James Wan.
Direção: Michael Chaves.
Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, John Noble, Eugenie Bondurant, Shannon Kook, Ronnie Gene Blevins, Keith Arthur Bolden, Steve Coulter, Vince Pisani, Ingrid Bisu, Andrea Andrade, Ashley LeConte Campbell.