Crítica | Amityville Vampire (2021)

Vampira aterroriza pessoas aleatórias nesse filme de terror que, apesar do título, não tem ligação com Amityville


Imagem do filme 'Amityville Vampire', de Tim Vigil


Amityville Vampire é um filme de terror sobre personagens aleatórios que têm encontros desagradáveis com vampiros. Ou melhor, com uma vampira: Lilith, descrita como a primeira mulher do personagem bíblico Adão. O longa é dirigido pelo estreante Tim Vigil, mais conhecido por seu trabalho como roteirista da graphic novel Faust - O Pesadelo Eterno. Ele também assina o roteiro, em parceria com Carlos Perez.

Filmado com o título de Red Moon Lake, o filme foi rebatizado antes do lançamento, provavelmente para atrair a atenção dos fãs da casa assombrada mais famosa do mundo. A única ligação com Amityville, porém, é um prólogo ruim filmado em uma réplica ruim da 112 Ocean Avenue, pouco depois de um crime brutal ─ uma referência ao caso real do final dos anos 1970, que também serviu como base para o filme Os Assassinatos de Amityville.

Anthony Dearce e Miranda Melhado em imagem do filme 'Amityville Vampire', de Tim Vigil


Amityville Vampire começa com uma equipe entrando na casa para limpar a cena do crime. Eles descobrem que o sangue que escorre das paredes pode transformar as pessoas em vampiros. O filme salta para a época atual, quando Lilith toca o terror em um casal qualquer que está conversando na floresta de Red Moon Lake. Bem, pelo menos eu acredito ser uma floresta, pois a imagem é tão escura que não dá para ver muita coisa além dos atores.


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Somente depois de outro salto é que somos apresentados aos protagonistas: a sonhadora Fran (Miranda Melhado) e seu namorado mulherengo Johnny (Anthony Dearce), que também estão indo passear em Red Moon Lake. Johnny aproveita a viagem para contar duas histórias de terror. A primeira é sobre uma secretária com excesso de maquiagem que tem um encontro mortal com Lilith. A segunda é sobre um fazendeiro religioso que... bem, ele tem um encontro mortal com a vampira também.

Imagem do filme 'Amityville Vampire', de Tim Vigil


Os contos de Johnny, somados às duas cenas anteriores e outra subtrama envolvendo criminosos que surgem do nada, dão ao filme um ar de antologia. Mas a sensação que tive foi de que os roteiristas estavam completamente perdidos e jogaram situações desconexas pelo caminho para encher linguiça. A cena em que Johnny reencontra uma fã fervorosa (o cara era uma espécie de celebridade do mundo da música) é um bom exemplo da falta de foco.


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Diálogos pavorosos e incessantes e uma produção sofrível com direito a falhas grotescas na mixagem de som, apontam que o diretor e o resto da equipe estavam tão perdidos quanto o roteirista. Há inclusive uma cena que mostra Fran conversando com a irmã, onde a iluminação é tão diferente que fica evidente que cada personagem foi filmado separadamente, com horas de diferença.

Randy Oppenheimer em imagem do filme 'Amityville Vampire', de Tim Vigil


Como tudo no filme, o elenco é muito ruim. Mas é ruim de uma forma que pode até render uma certa diversão. Dei boas risadas durante o segundo conto, em boa parte graças à atuação horrorosa de Randy Oppenheimer (Paranoia), que interpreta o fazendeiro em apuros, Caleb. Merecia menos, mas vai levar nota 2. Um ponto pelo Caleb, e outro por aquela atriz que não consegue parar de rir, mesmo em momentos que deveriam ser dramáticos.

Nota: 2/10

Título original: Amityville Vampire.
Gênero: Terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 32min.
Roteiro: Carlos Perez, Tim Vigil.
Direção: Tim Vigil.
Elenco: Jin N. Tonic, Miranda Melhado, Anthony Dearce, Randy Oppenheimer, Veronica Farren, Maggie Nolting, Haillye Young Miller, Jose Acain, Ismaele Montone, J Randall, Tuesday Grant, Sean Fabian Billings, Kat Rodriguez, Laura Meadows, Margaux Leigh Hamilton, Cassidy Rose Gyetvan, Evans Jacobs, Gustave Whinnery, Tom Newth.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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