Crítica | Paradise Z (2020)

Jovens tentam sobreviver em resort cercado por zumbis nesse terror pós-apocalíptico dirigido por Wych Kaosayananda

Imagem do filme 'Paradise Z', de Wych Kaosayananda

A primeira coisa que você precisa saber sobre Paradise Z, novo filme do diretor e roteirista tailandês Wych Kaosayananda, é que ele faz parte de uma trilogia que está sendo lançada fora da ordem cronológica. Paradise Z, de 2020, é o primeiro capítulo da trilogia. O capítulo final, The Driver, foi lançado um ano antes. E o segundo capítulo... bem, ele simplesmente ainda não foi filmado.

A segunda coisa que você precisa saber é que o longa estrelado por Milena Gorum e Alice Tantayanon tem três títulos originais. Foi anunciado como Two of Us, um título apropriado para um drama, mas pouco atrativo para um filme de terror. Mudou para Dead Earth, que é mais agressivo, mas ainda não capta a essência da história. E finalmente chegou em Paradise Z, que combina melhor com a proposta do roteiro.

Milena Gorum e Alice Tantayanon em imagem do filme 'Paradise Z', de Wych Kaosayananda

O filme segue Sylvia e Rose, duas jovens amantes que passam uma temporada sozinhas em um luxuoso resort paradisíaco na Tailândia. O lugar tem um suprimento de comida abundante e oferece várias opções de lazer, o que o torna o local perfeito para férias românticas. O problema é que elas não estão lá a passeio, e sim tentando se esconder de zumbis que dominaram o resto do mundo.

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O filme foi rodado em nove dias, em um resort abandonado. Os primeiros 50 minutos consistem em acompanhar Sylvia e Rose explorando os cenários e cumprindo sua rotina do dia-a-dia. Isso inclui dormir, acordar, tomar banho, relaxar na piscina, namorar, assistir filmes com fones de ouvido e passear para lá e para cá, carregando uma arma de fogo ou um taco de beisebol.

Milena Gorum e Alice Tantayanon em imagem do filme 'Paradise Z', de Wych Kaosayananda

Essa abordagem deixa o filme bem monótono. Acho até que alguns desistirão da jornada antes da ação começar. A ausência quase absoluta de diálogos não ajuda a afastar o tédio. Mas pelo menos há uma explicação para isso. Acontece que, assim como em Um Lugar Silencioso e Invasão Zumbi, as criaturas de Paradise Z são atraídas pelo som, o que obriga as protagonistas a ficarem em silêncio na maior parte do tempo.

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Detalhes como banheiros acolchoados e toalhas enroladas em torneiras para abafar o som, apontam que Sylvia e Rose desenvolveram e aperfeiçoaram técnicas para não atrair a atenção dos infectados, o que ajuda um pouco na imersão. É uma pena que a cena em que elas se banham no riacho, rindo e se divertindo sem suas armas protetoras por perto, contradiz seus esforços anteriores.

Milena Gorum e Alice Tantayanon em imagem do filme 'Paradise Z', de Wych Kaosayananda

Os mortos-vivos de ouvidos apurados aparecem na reta final. Eles são rápidos e extremamente agressivos. O gore típico de filmes do gênero não está presente. A maquiagem se resume a um monte de figurantes com o rosto pintado de branco ou azul. Os confrontos são meio artificiais. Mas se você conseguiu chegar até esse ponto sem se entediar, é possível que encontre uma ligeira diversão com Paradise Z.

Nota: 3.5/10

Título original: Paradise Z.

Gênero: Drama, ação, terror.

Produção: 2020.

Lançamento: 2020.

País: Estados Unidos, Tailândia.

Duração: 1h 20min.

Roteiro: Wych Kaosayananda, Steve Poirier.

Direção: Wych Kaosayananda.

Elenco: Milena Gorum, Alice Tantayanon, Brian Migliore, Michael S. New, Lee Mason, Damian Mavis.