Crítica | Blood Conscious (2021)

Família enfrenta assassino e demônios em 'Blood Conscious'; terror psicológico é dirigido por Timothy Covell


Imagem do filme 'Blood Conscious'
DeShawn White, Oghenero Gbaje e Lenny Thomas em imagem do filme 'Blood Conscious', de Timothy Covell


Assista aos primeiros minutos do longa-metragem de estreia do diretor e roteirista Timothy Covell sem saber nada sobre ele, e você pode facilmente acreditar que está diante de um filme de terror do final dos anos 70 ou início dos 80. A proporção de tela e os créditos iniciais feitos em fonte vermelha em negrito indicam isso. O cenário escolhido reforça a sensação de nostalgia.

Blood Conscious começa com uma cena que os fãs do subgênero slasher também já conhecem muito bem: aquela onde a final girl descobre que todos os seus amigos estão mortos e se prepara para o confronto final com o assassino. A diferença é que aqui não temos uma final girl, mas uma família interpretada por Oghenero Gbaje, DeShawn White (série The Deuce) e Lenny Thomas (série Lista Negra).

Imagem do filme 'Blood Conscious'
O ator Oghenero Gbaje em imagem do filme 'Blood Conscious', de Timothy Covell


Kevin (Gbaje), a irmã mais velha Brittney (White) e o cunhado Tony (Thomas) partem para um final de semana na casa de lago dos pais. Encontram muitos corpos espalhados por lá. O assassino interpretado por Nick Damici (Late Phases) também está perto, o que nos leva a uma revelação inesperada: o homem alega que matou aquelas pessoas porque elas estavam possuídas por demônios.


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Os minutos seguintes aguçam a curiosidade. Covell usa bem o espaço claustrofóbico da pequena cabana. Cria alguns mistérios que deixam o espectador constantemente dividido entre aceitar ou não os discursos do estranho sobre demônios que podem assumir a aparência das pessoas. Assim como nós, a família se divide. A chegada de novos personagens coloca ainda mais lenha na fogueira.

Imagem do filme 'Blood Conscious'
O ator Nick Damici em imagem do filme 'Blood Conscious', de Timothy Covell


A maneira como o trio de protagonistas reage a um certo evento não é exatamente convincente. Mas creio que isso é menos culpa do elenco, que entrega performances satisfatórias, e mais do roteiro que os obriga a tomar decisões questionáveis. Mesmo com esses tropeços, o jogo psicológico de paranoia garante que o filme caminhe relativamente bem em sua metade inicial.


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O mesmo não pode ser dito da metade final, quando o diretor começa a requentar as mesmas idéias em fogo muito baixo. O que parecia ser um passatempo divertido na linha de Sexta-Feira 13 ou Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio se revela um terror psicológico com pitadas de drama social. Só que lento demais, ambíguo demais, e com poucos atrativos que incentivem o público a continuar investido na história ou em seus personagens.

Imagem do filme 'Blood Conscious'
Lenny Thomas, DeShawn White e Oghenero Gbaje em imagem do filme 'Blood Conscious', de Timothy Covell


De "será que os demônios são reais?", a dúvida que me invadiu no ato final foi "quando será que algo remotamente interessante vai acontecer para impedir que eu pegue no sono?". Algumas coisas acontecem, mas passam longe de se encaixar na categoria de coisas interessantes. O final abrupto deixa aquela sensação desagradável de que o filme andou em círculos e praticamente não saiu do lugar.

É possível que o público que gosta de filmes de desenvolvimento lento encontre um passatempo razoável em Blood Conscious. Mas como me encaixo naquele grupo que prefere ver o monstro ao invés de ouvir os personagens conversando sobre monstros que nunca aparecem porque provavelmente são metafóricos, minha experiência não foi das melhores.

Nota: 3.8/10

Título original: Blood Conscious.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 21min.
Roteiro: Timothy Covell.
Direção: Timothy Covell.
Elenco: Oghenero Gbaje, DeShawn White, Lenny Thomas, Lori Hammel, Nick Damici, Jacklyn Collier, Annette Adams-Brown, Jean-Remy Monnay.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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