Crítica | We Need to Do Something (2021)

Família disfuncional "presencia" fenômenos estranhos do interior de seu banheiro neste drama de terror curioso, mas frustrante, dirigido por Sean King O'Gradyd


Sierra McCormick como Melissa e Lisette Alexis como Amy em imagem do filme 'We Need to Do Something', de Sean King O'Grady | ©Atlas Industries


Adaptação do livro de mesmo nome do autor e roteirista Max Booth III, We Need to Do Something acompanha uma família disfuncional que fica presa no banheiro enquanto fenômenos estranhos acontecem lá fora. Como o lugar não tem janelas, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo. Como ficamos presos com eles, também não vamos ver nada. Para um filme que se apresenta como terror, isso definitivamente não é muito empolgante.

Vinessa Shaw (Family Blood), Pat Healy (The Pale Door), Sierra McCormick (Vingança Sobrenatural) e John James Cronin (série NOS4A2) estrelam como a família em apuros, apresentada na cena de abertura enquanto corre para o banheiro para se proteger de uma tempestade. Uma árvore cai na casa e prende todo mundo lá dentro. No começo eles acreditam que a ameaça é um tornado de categoria 5. Quando coisas estranhas começam a acontecer, eles desconfiam que podem estar diante de algo, digamos, além da compreensão humana.


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Se a tempestade é natural ou não, é o mistério que move o filme. Mas passamos a maior parte do tempo apenas acompanhando conflitos familiares mesmo. Marido alcoólatra e pai negligente, Robert (Healy), irrita todo mundo, incluindo o espectador. A mãe Diane (Shaw) tenta manter o clima amigável e não se cansa de dizer ao filho caçula, Bobby (Cronin) que a situação está sob controle. Enquanto isso, a filha adolescente de cabelo rosa, Melissa (McCormick), faz beicinho e se sente culpada pela situação da família.

Imagem do filme 'We Need to Do Something', de Sean King O'Grady | ©Atlas Industries


Alguns flashbacks desajeitados envolvendo Melissa e uma garota gótica assustadora chamada Amy (Lisette Alexis, da série Total Eclipse) revelam um pouco sobre a origem de seu sentimento de culpa. Isso acrescenta variedade à história, mas não torna o filme menos cansativo. Os elementos de thriller de sobrevivência não funcionam, a noção de tempo é confusa, a tensão é quase inexistente e a reação dos personagens diante de alguns eventos, simplesmente não faz sentido.


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A princípio necessária para instigar a curiosidade do espectador, a tática do estreante em longas-metragens Sean King O'Grady de sugerir ao invés de mostrar, rapidamente começa a pesar contra o filme. Acredito até que muitos serão tomados pela sensação de que coisas incríveis e assustadoras estão acontecendo lá fora enquanto somos obrigados a ficar confinados em um espaço fechado, acompanhando discussões familiares sonolentas. O fato do filme terminar sem recompensar o público pela paciência dispensada, pesa ainda mais contra ele.

Vinessa Shaw como Diane e Sierra McCormick como Melissa em imagem do filme 'We Need to Do Something', de Sean King O'Grady | ©Atlas Industries


We Need to Do Something ganha pontos pelo elenco esforçado e pelo ótimo trabalho da equipe de efeitos práticos, o que me fez pensar que a decisão de mostrar tão pouco não foi motivada pelo orçamento apertado. Também é preciso destacar que o filme tem uma cena realmente assustadora, que me deixou empolgado por um bom tempo. Não é um jump scare, mas um aceno para o terror lovecraftiano que provoca arrepios, te deixa com a boca bem aberta e te faz querer muito descobrir o que está acontecendo lá fora. Se tivesse mais momentos memoráveis assim, acredito que eu teria gostado de We Need to Do Something.

Nota: 4/10

Título original: We Need to Do Something.
Gênero: Terror, drama, mistério.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 37min.
Roteiro: Max Booth III.
Direção: Sean King O'Grady.
Elenco: Sierra McCormick, Vinessa Shaw, Pat Healy, Lisette Alexis, John James Cronin, Ozzy Osbourne, Logan Kearney, Dan John Miller.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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