Crítica | Pânico 3 (Scream 3, 2000)

O assassino mascarado Ghostface ataca novamente em 'Pânico 3'; Wes Craven dirige o filme a partir do roteiro de Ehren Kruger


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Arte do filme 'Pânico 3', de Wes Craven


Lançado em 1996, o primeiro filme da franquia Pânico renovou no público o interesse não apenas pelo slasher, mas por filmes de terror em geral. O longa roteirizado por Kevin Williamson e dirigido por Wes Craven fez um sucesso estrondoso e, como já era esperado, gerou diversas sequências. Pânico 2, lançado no ano seguinte, apresentou algumas idéias criativas, mas já demonstrou desgaste na fórmula. A saturação atinge seu ponto mais alto em Pânico 3, de longe o filme mais fraco da trilogia.

Pânico 3 começa com um certo gás e um pouco de ousadia, eliminando um personagem importante da franquia. Obviamente ele morre pelas mãos de Ghostface, o assassino que gosta de ligar para suas vítimas para conversar sobre filmes de terror. Dessa vez o vilão tem uns truques novos, incluindo um dispositivo que imita a voz de suas vítimas.


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Descobrir quem está usando a máscara de Ghostface e os motivos por trás de seus crimes continuam sendo os grandes mistérios. Mas quem quer que seja, seu objetivo continua sendo um só: infernizar a vida da final girl Sidney Prescott (novamente interpretada por Neve Campbell), que não demora para ser arrastada para o centro do novo massacre.

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A atriz Neve Campbell em imagem do filme 'Pânico 3', de Wes Craven


David Arquette retorna como Dewey Riley, que já era trapalhão como policial e agora parece mais ainda como consultor de cinema. Acontece que a maior parte de Pânico 3 se passa em um estúdio de Hollywood, durante as filmagens de "A Punhalada 3", o novo capítulo da franquia de terror fictícia baseada nos crimes de Woodsboro.


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A idéia do filme dentro do filme rende alguns momentos divertidos, em especial quando Sidney visita os cenários que reproduzem a fachada de sua antiga residência, seu quarto e a garagem da casa onde a doce Tatum, personagem interpretada por Rose McGowan no longa original, teve um encontro fatal com Ghostface.

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David Arquette, Courteney Cox e Parker Posey em imagem do filme 'Pânico 3', de Wes Craven


Tirando esses momentos nostálgicos, a cena de abertura e um confronto final levemente empolgante, Pânico 3 é um filme problemático. O roteiro, agora sob responsabilidade de Ehren Kruger (O Suspeito da Rua Arlington), faz piadas com trilogias. E eu quero dizer piadas mesmo.

Diferente do filme original e, em parte, de sua primeira sequência, que conseguiam equilibrar o terror e o humor-negro, Pânico 3 é uma comédia pura. Alguns momentos são tão extravagantes que beiram o humor pastelão. A sensação de que ninguém está levando o filme a sério está presente até o final, quando o vilão revela suas motivações sem sentido.

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Neve Campbell em imagem do filme 'Pânico 3', de Wes Craven


Courteney Cox também retorna como a repórter ambiciosa Gale Weathers. Mas além de desfilar com um corte de cabelo estranho e servir como trampolim para que a personagem de Parker Posey faça algumas piadas sem graça, Gale não faz muita diferença no filme.

As tentativas do roteiro de desenvolver o relacionamento entre Gale e Dewey resultam em momentos enfadonhos. Acredito que Pânico 3 poderia se redimir se o diretor caprichasse um pouco nas cenas de mortes, que são o que realmente interessa em um slasher. Mas não, tudo é muito comportadinho.

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Neve Campbell e David Arquette em imagem do filme 'Pânico 3', de Wes Craven


A fórmula clássica do slasher rendeu frutos deliciosos por mais de duas décadas, e embora com menos frequência, inspira diretores até hoje. Para uma franquia que chegou fazendo barulho e prometendo levar o subgênero para um novo caminho, a fórmula de Pânico se desgastou bem rápido.

Nota: 4.7/10

Título original: Scream 3.
Gênero: Terror, mistério, comédia.
Produção: 2000.
Lançamento: 2000.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 56min.
Roteiro: Ehren Kruger.
Direção: Wes Craven.
Elenco: Neve Campbell, David Arquette, Courteney Cox, Parker Posey, Liev Schreiber, Beth Toussaint, Roger Jackson, Kelly Rutherford, Julie Janney, Richmond Arquette, Patrick Dempsey, Lynn McRee, Nancy O'Dell, Ken Taylor, Scott Foley, Roger Corman, Lance Henriksen, Josh Pais, Deon Richmond.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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