'Death Cast', do diretor Bobby Marinelli, acompanha atores que descobrem que o assassino de seu filme slasher é real
Imagem do filme 'Death Cast', de Bobby Marinelli |
Seis atores são contratados para estrelar um filme slasher e descobrem que o assassino é muito real em Death Cast, o longa-metragem de estreia do diretor Bobby Marinelli. Death Cast é estrelado por Lacy Hartselle, que já participou de filmes de terror como Não Adianta Rezar e Ouija - Invocando o Mal. O roteiro é do próprio Marinelli.
Uma mensagem de abertura sinistra (e, obviamente, falsa) avisa o público que o material que verá é de origem desconhecida, e que os distribuidores se isentam de responsabilidade por qualquer crime que possa ter sido cometido no filme. Esse recurso tenta passar a ideia de que estamos diante de um snuff movie, filmes em que os atores morrem de verdade diante das câmeras, ao mesmo tempo em que joga Death Cast em um terreno próximo do found footage, o subgênero das filmagens encontradas do qual Holocausto Canibal (1980), de Ruggero Deodato, foi um dos precursores.
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O elenco é apresentado através de uma série de entrevistas e imagens de bastidores, reforçando o tom de realidade. A viagem deles é registrada por câmeras fixas em uma van, garantindo uma homenagem ao clássico de Tobe Hooper, O Massacre da Serra Elétrica (1972). Regras são apresentadas, e fica estabelecido que o filme experimental do qual participarão não tem um diretor, apenas câmeras espalhadas pelos cenários e alguns drones para garantir filmagens aéreas.
Imagem do filme 'Death Cast', de Bobby Marinelli |
O mais interessante é que o contrato misterioso que os atores assinaram exige que decorem todas as falas, comecem a interpretar no momento em que chegam a seu destino, e nunca saiam de seus personagens: seis jovens festeiros que vão passar o final de semana em uma casa de lago remota com um passado sombrio. Temos então um filme dentro de um filme, e é realmente divertido acompanhar o elenco tentando improvisar diante de situações que, claramente, não estavam no script.
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Acredito que a ideia funcionaria se a brincadeira fosse levada adiante. Mas tudo vai por água abaixo no momento em que os atores percebem que as facas e flechas usadas pelo ator que interpreta o assassino são tão reais quanto suas mortes serão se não encontrarem uma maneira de escapar. A revelação acontece lá pela marca dos 30 minutos, e o resto do filme se resume a uma perseguição enfadonha, filmada sem muito cuidado.
A atriz Lacy Hartselle como Tiffany no filme 'Death Cast', de Bobby Marinelli |
Provavelmente a intenção do diretor foi resgatar o clima de found footage dos minutos iniciais. Mas a mudança não faz sentido, pois o roteiro já havia estabelecido que as imagens que acompanhamos são do filme finalizado. Algumas mortes acontecem, mas nenhuma delas convence. Os confrontos também não, com o agravante de que a tosquice nunca eleva o filme para o nível do tão ruim que é bom. É apenas ruim.
Para tentar preencher lacunas e explicar os objetivos dos vilões, novos personagens entram em cena. A presença deles acaba não explicando nada, e ainda contribui para deixar o ritmo mais sonolento do que já estava. Mas não tão sonolento quanto aquelas longas imagens de árvores que o diretor não se cansa de filmar, bem no estilo de Romina.
A atriz Hedy Nasser como Mallory no filme 'Death Cast', de Bobby Marinelli |
Death Cast ganha créditos pelos seus 30 minutos iniciais, marcados por algumas cenas engraçadas. Ganha mais alguns pelo esforço da atriz Lacy Hartselle, que carrega boa parte do filme sozinha. Mas é uma experiência frustrante, principalmente se considerarmos o potencial da premissa.
Nota: 2.8/10
Título Original: Death Cast.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 37m;
Roteiro: Bobby Marinelli.
Direção: Bobby Marinelli.
Elenco: Lacy Hartselle, Kyle Swanson, Hedy Nasser, Marvin LaViolette, Danielle Stratton, Andrés Erickson, Sean T. O'Brien, Khalil Abu-Jamous, Dave Johnson, Hoon Park, Jonathan Hickson, Sharon Lanay Chapman.