Crítica | Turno Maldito (Night Shift, 2023)

Uma mulher desconfia que a pousada onde trabalha é mal-assombrada neste filme de terror estrelado por Phoebe Tonkin.

Arte do filme 'Turno Maldito'. Foto: © Quiver Distribution

A série O Círculo Secreto estreou em 2011 e foi cancelada no ano seguinte devido os baixos índices de audiência. Apesar disso, confesso que assisti a todos os episódios, e a culpa é da beldade australiana Phoebe Tonkin, cuja energia contagiante no papel de Faye Chamberlain me fazia esquecer da monotonia da série e me mantinha grudado na tela.

Acompanho a carreira da atriz desde então. Infelizmente, tirando uma participação no divertido A Isca, onde interpreta uma jovem que precisa enfrentar tubarões em um supermercado, ela não participou de nenhum filme de terror. Felizmente, os diretores estreantes Benjamin China e Paul China, mais conhecidos pelo roteiro de Doce Virginia, estão corrigindo essa injustiça com Night Shift, que chega ao Brasil com o título de Turno Maldito.

Tonkin interpreta Gwen Taylor, uma jovem com pouco dinheiro e muita coragem que dirige por uma rodovia escura com destino à pousada de beira de estrada All Tucked Inn. Ela não está lá a passeio, mas para conseguir um emprego no turno da noite. O proprietário da pousada, Teddy (Lamorne Morris, de A Noite do Jogo), parece suspeitosamente ansioso para contratá-la.

Gwen (Phoebe Tonkin) recebe uma ligação estranha no filme 'Turno Maldito'. Foto: © Quiver Distribution

Conforme Teddy a acompanha em um tour pela pousada, cresce a sensação de que há algo muito errado com o lugar. E não me refiro apenas ao buraco de minhoca que esvaziou à piscina ao lado, mas também àquela cabeça de urso que teima em cair da parede em momentos inoportunos. Isso sem contar as baratas e, é claro, os ratos.

O primeiro ato de Turno Maldito é estranhamente engraçado, embora um pouco estagnado. O ritmo melhora um pouco quando nossa heroína é deixada sozinha para lidar com as esquisitices do lugar. Ou quase sozinha, já que um dos quartos está ocupado por uma hóspede chamada Alice (Madison Hu, de Boogeyman: Seu Medo é Real), que pode ou não estar escondendo segredos obscuros.

Verdade seja dita, a história de Alice passa longe de ser interessante, e ao invés de criar tensão, sua presença contribui para quebrá-la. A noite no All Tucked Inn fica ainda mais sem graça quando entra em cena um casal terrivelmente rico e terrivelmente mal escrito, interpretado por Patrick Fischler (O Mistério do Moinho) e Lauren Bowles (Maldição Satânica).

A atriz Phoebe Tonkin como Gwen no filme 'Turno Maldito'. Foto: © Quiver Distribution

Foi nesse momento que comecei a desconfiar que o roteiro estava enchendo linguiça. Também foi quando parei de me importar com os mistérios do filme, que incluem um carro suspeito rondando o hotel, chamadas telefônicas que vêm de uma sala vazia, e um cadáver ambulante que Gwen continua vendo nos cantos escuros da pousada.

Turno Maldito melhora bastante no ato final, com uma reviravolta que provavelmente não surpreenderá os fãs de longa data do gênero, mas que pode puxar o tapete do público casual. A nova configuração, porém, nos priva de um personagem em quem investir, pois além de Gwen, nenhum deles foi minimamente desenvolvido.

Vale uma espiada pela presença magnética de Phoebe Tonkin e por alguns fragmentos de boas ideias aqui e ali, mas eu realmente esperava mais.

Nota: 4/10

Título Original: Night Shift.

Gênero: Terror, suspense, mistério.

Produção: 2023.

Lançamento: 2024.

País: Estados Unidos da América.

Duração: 1 h 22 min.

Roteiro: Benjamin China, Paul China.

Direção: Benjamin China, Paul China.

Elenco: Phoebe Tonkin, Patrick Fischler, Madison Hu, Lamorne Morris, Christopher Denham, Lauren Bowles, Connor Price, Jess Varley, Tom Dang, Joy Picodot, David Carrera, Dennis William Grimes, Tricia Small, Ella Stabile.