Crítica | Eu Vi o Brilho da TV (I Saw the TV Glow, 2024)

O novo longa-metragem da diretora Jane Schoenbrun segue dois adolescentes dos anos 90 obcecados por uma série de TV


Justice Smith e Brigette Lundy-Paine como Owen e Maddy no filme 'Eu Vi o Brilho da TV'
Justice Smith e Brigette Lundy-Paine como Owen e Maddy no filme 'Eu Vi o Brilho da TV'. Foto: © A24


Eu Vi o Brilho da TV, o mais recente longa-metragem da diretora Jane Schoenbrun, nos transporta de volta aos anos 90 para acompanhar a vida de um adolescente chamado Owen. A trama do filme, que tem o selo da A24, começa de forma simples: Owen mente para a mãe, dizendo que vai dormir na casa de um colega de classe, mas na verdade pega o caminho para a casa de Maddy, uma garota mais velha que ele acabou de conhecer na escola.

Ao contrário do que se poderia imaginar, esses encontros não têm nada de romântico. Maddy é abertamente lésbica, e Owen ainda está tentando descobrir sua própria identidade. No entanto, os dois compartilham uma paixão: assistir juntos ao seu programa adolescente favorito, "The Pink Opaque", uma série fictícia que parece uma mistura divertida de Buffy, a Caça-Vampiros, Arquivo X e Twin Peaks.

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As cenas em que Owen e Maddy se reúnem para assistir "The Pink Opaque" são, sem dúvida, o ponto alto do filme. Carregadas de uma nostalgia que fala diretamente ao coração dos fãs de séries dos anos 90, essas sequências conseguem transmitir emoções profundas sem a necessidade de muitas palavras. A trilha sonora, cuidadosamente escolhida, complementa e intensifica a atmosfera desses momentos, tornando-os verdadeiramente mágicos.

Justice Smith como Owen no filme 'Eu Vi o Brilho da TV'
Justice Smith como Owen no filme 'Eu Vi o Brilho da TV'. Foto: © A24


À medida que os monstros surreais do programa favorito de Owen e Maddy começam a se infiltrar na realidade dos personagens, a diretora demonstra um bom domínio ao construir desconforto. Especialmente no ato final, quando as peças do quebra-cabeças analógico finalmente começam a se encaixar e as metáforas sobre identidade, sexualidade e a busca por si mesmo ficam mais evidentes.

No entanto, a tentativa de provocar debates e reflexões no público acaba por comprometer o aspecto de entretenimento da obra. A introdução do conflito principal é tardia, e o que o trailer prometia ser um filme de terror envolvente e assustador, com referências ao horror lovecraftiano, acaba se revelando um drama excessivamente arrastado.

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O elenco, que inclui Brigette Lundy-Paine (série Atypical) como Maddy e Ian Foreman (série Deixa Ela Entrar) e Justice Smith (A Sociedade Norte-Americana dos Negros Mágicos) como as versões adolescente e adulta de Owen, faz um trabalho razoável, mas eu realmente não me envolvi com nenhum dos personagens. Eu Vi o Brilho da TV acaba de forma abrupta, o que reforça a sensação de que a diversão foi enterrada em favor da mensagem.

Nota: 3/10

Título Original: I Saw the TV Glow.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2024.
Lançamento: 2024.
País: Estados Unidos da América.
Duração: 1 h 40 min.
Roteiro: Jane Schoenbrun.
Direção: Jane Schoenbrun.
Elenco: Justice Smith, Brigette Lundy-Paine, Ian Foreman, Helena Howard, Lindsey Jordan, Danielle Deadwyler, Fred Durst, Conner O'Malley, Emma Portner, Madaline Riley, Amber Benson, Albert Birney.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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