Crítica | Jurassic World: Recomeço (Jurassic World: Rebirth, 2025)

Quando até os dinossauros perdem o rugido


Jonathan Bailey e Scarlett Johansson como Henry e Zora no filme 'Jurassic World: Recomeço'
Jonathan Bailey e Scarlett Johansson como Henry e Zora no filme 'Jurassic World: Recomeço'. Foto: Jasin Boland/Universal Pictures - © Universal Studios. All Rights Reserved.


Há mais de 30 anos, Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros revolucionou o cinema, não apenas pela técnica, mas pela forma como despertou no público uma mistura rara de encanto, assombro e medo genuíno. A sequência, O Mundo Perdido (1997), manteve boa parte dessa magia.

Depois disso, a franquia entrou em um ciclo de altos e baixos até chegar a Jurassic World: Domínio (2022), que parecia ser o fundo do poço. Porém, o recente lançamento de Jurassic World: Recomeço (2025) prova que sempre é possível cavar mais.


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Esse filme desagradável se passa cinco anos após Domínio. Acompanha uma expedição em regiões equatoriais isoladas com a missão de coletar material genético de três imensas criaturas pré-históricas para uma pesquisa que pode revolucionar a medicina. É uma premissa semelhante à de Anaconda 2: A Caçada Pela Orquídea Sangrenta. O resultado, porém, é infinitamente menos interessante.

Luna Blaise como Teresa no filme 'Jurassic World: Recomeço'. Foto: Jasin Boland/Universal Pictures - © Universal Studios. All Rights Reserved.


Liderando o grupo está Zora Bennett, uma mercenária com presença de cena, mas diálogos tão artificiais que nem o carisma da atriz Scarlett Johansson consegue salvar. Ao redor dela, desfila um elenco de figuras que variam entre o insuportável e o esquecível. Incluindo uma família naufragada na região, liderada por Reuben Delgado (Manuel Garcia-Rulfo), que não teria dificuldades em levar para casa o prêmio de personagens mais desinteressantes da década.


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O roteiro, escrito para agradar todas as cartilhas do cinema “politicamente consciente”, acaba soando forçado: representatividade engessada, antagonistas caricatos e heróis unidimensionais. Isso não seria um problema tão evidente se houvesse tensão real, mas Gareth Edwards, diretor de obras visualmente marcantes como Godzilla e Rogue One, aqui entrega um filme sem suspense, sem ritmo e sem impacto emocional.

Jonathan Bailey, Bechir Sylvain e Scarlett Johansson como Henry, LeClerc e Zora no filme 'Jurassic World: Recomeço'
Jonathan Bailey, Bechir Sylvain e Scarlett Johansson como Henry, LeClerc e Zora no filme 'Jurassic World: Recomeço'. Foto: Jasin Boland/Universal Pictures - © Universal Studios. All Rights Reserved.


Mesmo a grande estrela da franquia — os dinossauros — sai prejudicada. Os efeitos especiais, curiosamente, parecem menos convincentes do que os de 1993. Quase todas as sequências de ataques dos monstros são prejudicadas por piadas deslocadas ou resolvidas por conveniências narrativas, anulando qualquer chance de tensão real ou imersão.

Há um único momento de brilho: a cena de abertura, com atmosfera sombria e ecos de terror, que sugere um filme muito mais ousado do que o que recebemos. Infelizmente, é só uma miragem antes de um deserto de ideias recicladas que, rapidamente, transformam esse novo passeio jurássico na pior entrada da franquia.

Jurassic World: Recomeço tenta vender nostalgia, mas entrega um amontoado de lugares-comuns embalados em CGI irregular. Para os fãs mais dedicados, pode haver algum prazer em rever predadores gigantes correndo soltos. Mas não há como negar que a franquia perdeu o rugido.


Nota: 2/10


Título Original: Jurassic World: Rebirth.

Título Nacional: Jurassic World: Recomeço.

Gênero: Aventura, ficção científica, suspense, terror.

Produção: 2025.

Lançamento: 2025.

País: Estados Unidos da América, Reino Unido, Malta, Índia, Taiwan.

Duração: 2 h 13 min.

Roteiro: David Koepp.

Direção: Gareth Edwards.

Elenco: Scarlett Johansson, Mahershala Ali, Jonathan Bailey, Rupert Friend, Manuel Garcia-Rulfo, Luna Blaise, David Iacono, Audrina Miranda, Philippine Velge, Bechir Sylvain, Ed Skrein, Adam Loxley, Niamh Finlay, Julian Edgar, Lucy Thackeray, Billy Smith, Jonny Lavelle, Dylan Bickel.



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Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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