Crítica | Boneca Maldita (Sabrina, 2018)

Família é atormentada por (outra) boneca amaldiçoada no novo filme do diretor Rocky Soraya

A atriz Richelle Georgette Skornicki em imagem do filme 'Boneca Maldita', da Netflix

Por Ed Walter

Boa parte do público brasileiro teve seu primeiro contato com o trabalho do diretor Rocky Soraya através de O Terceiro Olho (Mata Batin, 2017), terror sobrenatural lançado recentemente pela Netflix. Mas Soraya também é o homem por trás de The Doll (não confundir com o filme homônimo estrelado por Valeria Lukyanova), terror de 2016 sobre uma mulher com habilidades psíquicas que ajuda famílias aterrorizadas por bonecas amaldiçoadas. Aparentemente existem muitas delas na Indonésia. Tanto que a franquia acaba de ganhar seu terceiro capítulo: Boneca Maldita, que também já está disponível na Netflix.

Luna Maya reprisa seu papel de Maira, personagem apresentada em The Doll 2. Ela vive feliz ao lado de seu novo marido Aiden (Christian Sugiono). E eles até adotaram uma menina, Vanya (Richelle Georgette Skornicki), sobrinha de Aiden. Acontece que a menina, que perdeu os pais durante um evento sobrenatural, quer entrar em contato com o espírito de sua mãe e acidentalmente acaba invocando uma força sobrenatural maligna. Não vai demorar muito tempo para que o demônio se aposse da boneca mais próxima — no caso, uma versão ainda mais feia da boneca Sabrina —, dando início a eventos que colocarão em risco a vida de toda a família.

Jeremy Thomas e Sara Wijayanto em imagem do filme 'Boneca Maldita', da Netflix

O diretor faz um bom trabalho com a câmera. Ela sobrevoa os cenários, desliza sobre os corredores da casa, gira, atravessa portas, se espreme no meio de fechaduras. Há muita energia aqui, mesmo que em alguns momentos Soraya se perca tentando novamente simular o estilo de James Wan em Invocação do Mal. Por outro lado, a montagem não é tão eficiente e acaba tirando o brilho de muitas cenas. Já o roteiro continua o mais simples possível. A personagem Vanya, por exemplo, usa um aplicativo capaz de identificar fantasmas, mesmo quando eles estão fora do campo de visão do aparelho! Como se não bastasse, o app também envia mensagens para a menina, avisando que há fantasmas atrás dela. E o pior é que ele acerta!

Nos primeiros 40 minutos o filme não empolga muito. Segue à risca todos os clichês de outras produções do gênero, incluindo uma farta dose de drama familiar, tentativas de jump scares e as tradicionais situações de terror que não trazem nenhuma consequência para os personagens. O filme só mostra a que veio em sua metade final, quando Soraya deixa a sutileza de lado e passa a se apoiar em elementos do cinema trash, que ele continua dominando muito bem. O sangue jorra sem dó, mesmo que às vezes o filme penda para o lado da aventura. Há inclusive uma batalha final com direito à utilização de armas místicas. O que não deixa de ser muito legal.

A atriz Luna Maya em imagem do filme 'Boneca Maldita', da Netflix

Não há muito o que dizer sobre o elenco: os atores fazem seu trabalho, sem grandes destaques. Já quem assistiu aos filmes anteriores vai ficar feliz em saber que, além de Luna Maya, a atriz Sara Wijayanto também está de volta, reprisando seu papel da caçadora de bonecas amaldiçoadas Laras. Dessa vez ela vem acompanhada do marido Raynard (Jeremy Thomas), e juntos formam uma espécie de casal Warren indonésio. Um pouco mais trapalhão. E certamente mais resistente a facadas.

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O melhor: A metade final, cheia de cenas trash.
O pior: Roteiro simplista e montagem fraca.
O final: Abre as portas para uma nova continuação.

Título original: Sabrina.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Indonésia.
Duração: 113 minutos.
Roteiro: Riheam Junianti, Fajar Umbara e Rocky Soraya.
Direção: Rocky Soraya.
Elenco: Luna Maya, Christian Sugiono, Sara Wijayanto, Jeremy Thomas, Rizky Hanggono, Richelle Georgette Skornicki, Asri Handayani, Demian Aditya, Sahil Shah.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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