Crítica | IO: O Último na Terra (IO, 2019)

Margaret Qualley e Anthony Mackie interpretam o último casal na Terra, no drama pós-apocalíptico do diretor Jonathan Helpert

Anthony Mackie e Margaret Qualley em imagem do filme 'IO: O Último na Terra'

Por Ed Walter

Io é o nome de uma das quatro grandes luas de Júpiter. É o nome de uma das paixões de Zeus, na mitologia greco-romana. E agora também é o nome da nova produção original da Netflix. O drama pós-apocalíptico é dirigido por Jonathan Helpert, que antes havia realizado cinco curtas-metragens e também a comédia sci-fi House of Time (2015). IO: O Último na Terra já está disponível no serviço de streaming.

Margaret Qualley interpreta Sam, uma das poucas pessoas que ainda habita a Terra depois que um evento climático fez com que o oxigênio do planeta se tornasse tóxico. A maior parte da humanidade partiu para o espaço, para viver em uma colônia que orbita Io. Mas Sam decidiu ficar para continuar o trabalho de seu pai, um famoso cientista que buscava por uma descoberta que pudesse salvar o planeta. A chegada de um homem misterioso chamado Micah muda a rotina de Sam e faz com que ela questione seus objetivos. A última nave para Io parte em poucos dias. E Sam terá que escolher entre seguir com Micah para reiniciar a vida na colônia espacial, ou ficar para trás e correr o risco de se tornar a última pessoa na Terra.

Imagem do filme 'IO: O Último na Terra'

Io tem uma produção razoável. A fotografia não se destaca muito, mas de vez em quando o diretor entrega belas imagens externas. Os efeitos especiais são sutis. Mas estão lá mesmo quando você não percebe, e ajudam a dar credibilidade ao mundo desolado. A trilha sonora é agradável, desperta algumas emoções. E às vezes ela some, ajudando a amplificar a sensação de isolamento dos personagens.

Margaret Qualley (Death Note) se destaca, alternando com sutileza entre a dúvida, o medo, a curiosidade e a esperança que são características de Sam. Anthony Mackie (Vingadores: Guerra Infinita) está razoável como Micah. Já seu plot twist não convence muito. E nem seu romance açucarado com Sam, embora ele sido necessário para justificar a cena final. Danny Huston (A Noite do Jogo) faz uma participação especial. Mas sua presença em tela é mínima.

Margaret Qualley em imagem do filme 'IO: O Último na Terra'

Infelizmente, nem o elenco e nem os valores da produção são suficientes para amenizar a sensação de monotonia. O filme é assustadoramente arrastado. Aliás, ouso até dizer que da primeira até a última cena, não acontece absolutamente nada de interessante. O roteiro até tenta ser profundo. Há algumas discussões filosóficas, referências à mitologia grega, momentos contemplativos e situações que nos fazem refletir sobre a vida. Mas o fato de ser poético não é desculpa para ser tão monótono.

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O melhor: Margaret Qualley.
O pior: A monotonia reina da primeira à última cena.
O filme aberto a interpretações torna o filme especial? Não. Mas provavelmente vai fazer com que as pessoas comentem sobre ele por algum tempo.

Título original: IO.
Gênero: Drama, romance, ficção científica.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 96 minutos.
Roteiro: Clay Jeter, Charles Spano, Will Basanta.
Direção: Jonathan Helpert.
Elenco: Margaret Qualley, Anthony Mackie, Danny Huston.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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