Crítica | The Doll (2016)

Boneca possuída inferniza a vida de casal no terror sobrenatural do diretor Rocky Soraya

Shandy Aulia em imagem do filme 'The Doll', de Rocky Soraya

Por Ed Walter

Em 2018, a Netflix disponibilizou em seu catálogo de filmes o terror indonésio Boneca Maldita (Sabrina), que acabou agradando muita gente com sua mistura de elementos sobrenaturais, trash e gore. O que nem todo mundo sabe é que o longa é, na verdade, a terceira parte de uma franquia sobre bonecas assombradas dirigida por Rocky Soraya, o mesmo realizador de O Terceiro Olho (Mata Batin). Agora a Netflix decidiu mergulhar fundo na franquia com o lançamento de The Doll — nada menos que o primeiro dos dois filmes que vieram antes de Boneca Maldita.

Shandy Aulia interpreta Anya, uma jovem recém-casada que se muda para uma nova casa depois que seu marido Daniel (Denny Sumargo) recebe uma promoção. Seu planos de levar uma vida feliz são interrompidos por eventos estranhos, que incluem barulhos e cheiros misteriosos, objetos que mudam de lugar, gente batendo na porta toda hora. E uma menina medonha que aparece de vez em quando para arranhar a protagonista azarada. Não vai demorar muito para que o casal perceba que a culpa é de uma boneca que uma de suas vizinhas chama de "Ghawiah". E o objeto parece estar possuído pela alma de uma criança vingativa.

Denny Sumargo e Shandy Aulia em imagem do filme 'The Doll', de Rocky Soraya

Como em Boneca Maldita, Soraya não esconde sua admiração pelo universo de James Wan. Em muitos momentos The Doll lembra da franquia Annabelle. Em outros, lembra de Invocação do Mal. A personagem Laras (Sara Wijayanto), que se torna a única esperança de sobrevivência do casal, funciona como uma espécie de versão indonésia de Lorraine Warren. E ela tem inclusive um museu onde guarda objetos amaldiçoados.

A estrutura narrativa segue o padrão dos outros trabalhos de Soraya. Há uma cena de introdução que nos familiariza com a ameaça. Há um longo período de enrolação, aparições sobrenaturais e tentativas de jump scares. E há também muita tosquice como na cena do exorcismo, com direito a um sonoro tapa na cara; a sequência hilária onde morcegos digitais tocam o terror em um grupo de pessoas que parece incapaz de sair correndo; ou as cenas em que Anya e Daniel investigam barulhos misteriosos, armados com objetos cuja capacidade de dano é próxima de zero.

Imagem do filme 'The Doll', de Rocky Soraya

Mas o melhor do filme são mesmo as cenas gore, quando o diretor se distancia da influência de James Wan e mostra que tem seu próprio estilo. Há tesouradas, facadas, arranhões, mordidas na cara. Os minutos finais são um verdadeiro banho de sangue. O filme também tem um plot twist. E ainda que ele tenha alguns furos, conseguiu me surpreender.

Se você gostou de Boneca Maldita, provavelmente vai gostar de The Doll também. Mesmo com seus problemas, o filme me divertiu bastante.

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O melhor: Cenas sangrentas divertidas.
O pior: Ter que esperar as cenas sangrentas divertidas começarem.
Personagem mais assustador: Uchi, a garotinha que não quer mostrar o rosto.
Não confunda 'The Doll': Com o filme de mesmo nome estrelado por Valeria Lukyanova.

Título original: The Doll.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
Pais: Indonésia.
Duração: 104 minutos.
Roteiro: Riheam Junianti.
Direção: Rocky Soraya.
Elenco: Shandy Aulia, Denny Sumargo, Sara Wijayanto, Vitta Mariana Barrazza, Demian Aditya, Faiza Mahnur, Hans Gunawan, Aslam Abad, Annette Edoarda, Wenty Mamenda.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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