Crítica | Ouija: Origem do Mal (Ouija: Origin of Evil, 2016)

Elizabeth Reaser, Annalise Basso e Lulu Wilson despertam força sobrenatural maligna no terror de Mike Flanagan

A atriz Lulu Wilson em imagem do filme 'Ouija: Origem do Mal'

Por Ed Walter

Origem do Mal é uma prequel de Ouija: O Jogo dos Espíritos, terror de 2014 dirigido por Stiles White. A direção é de Mike Flanagan, responsável por Hush: A Morte Ouve e o recente Jogo Perigoso, da Netflix. A trama ambientada no final da década de 1960 conta a história da família Zander, que também faz uma participação em O Jogo dos EspíritosVocê não assistiu o filme de 2014? Não tem problema. Apesar da discreta ligação entre os personagens, os dois filmes funcionam como obras independentes.

Elizabeth Reaser estrela no papel de Alice, uma viúva que finge se comunicar com espíritos para "levar um pouco de conforto a famílias que perderam seus entes queridos" e, se possível, ganhar uma graninha no processo. Suas filhas Lina e Doris (Annalise Basso e Lulu Wilson) ajudam na picaretagem. E todas terão dias (e noites) muito desagradáveis graças a uma força sobrenatural maligna que desperta no momento em que Alice decide levar uma tábua ouija para casa.

A atriz Annalise Basso em imagem do filme 'Ouija: Origem do Mal'

Flanagan faz um trabalho muito bom ao recriar a atmosfera dos anos 60. Além da fotografia e da trilha sonora, há imperfeições inseridas digitalmente no filme, que passam a sensação de estarmos assistindo a uma produção antiga. Isso inclui discretos arranhões na tela, cortes com as famosas marcas de queimadura de cigarro no canto superior direito da tela e sutis distorções na trilha de áudio. É até mesmo o logotipo da Universal que aparece no início do filme é retrô.

Elizabeth Reaser (série The Good Wife) transmite os conflitos e a dor de Alice de maneira convincente. Annalise Basso (Slender Man: Pesadelo Sem Rosto) entrega uma personagem carismática, e seu romance com Mikey (Parker Mack, de A Escuridão), embora um pouco açucarado, não chegou a me incomodar. Henry Thomas (série A Maldição da Residência Hill) está ok no papel do padre Tom. E Lulu Wilson (Annabelle 2: A Criação do Mal) rouba o show no papel de Doris. Essa menina sabe ser assustadora quando precisa.

Annalise Basso, Elizabeth Reaser e Lulu Wilson em imagem de 'Ouija: Origem do Mal'

Tanto o roteiro quanto a direção caminham muito bem na primeira hora. Mas ambos perdem a força perto do terceiro ato. A atmosfera de tensão tão bem construída dá lugar a cenas de terror previsíveis. O diretor abusa de jump scares e de efeitos digitais. E os eventos finais ficam muito abaixo do esperado. Isso não tira os méritos da obra, que ainda consegue ser um passatempo razoável. Mas a sensação de que poderia ter sido bem melhor é inevitável.

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O melhor: Atmosfera retrô e elenco carismático.
O pior: Perde o rumo perto do terceiro ato.
Eu já falei que a Lulu Wilson é assustadora? Pois ela é.

Título original: Ouija: Origin of Evil.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
Pais: EUA, China, Japão.
Duração: 99 minutos.
Roteiro: Mike Flanagan, Jeff Howard.
Direção: Mike Flanagan.
Elenco: Elizabeth Reaser, Lulu Wilson, Annalise Basso, Lulu Wilson, Henry Thomas, Parker Mack, Halle Charlton, Alexis G. Zall, Doug Jones, Kate Siegel, Sam Anderson, Chelsea Gonzalez, Lincoln Melcher, Nicholas Keenan, Michael Weaver, Ele Keats.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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