Crítica | O Olho do Demônio (Demon Eye, 2019)

Kate James interpreta jovem que encontra um amuleto capaz de realizar desejos em 'O Olho do Demônio', do diretor Ryan Simons


A atriz Kate James como Sadie no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons
A atriz Kate James como Sadie no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons


Objetos misteriosos que realizam desejos mas cobram um preço alto por isso estão voltando à moda no cinema de terror. Nossa querida Joey King encontrou um em 7 Desejos (2017). Michael Welch também em O Desejo Final (2018). Agora é a vez de Kate James (série Casualty) encontrar o seu em O Olho do Demônio, o novo filme do co-diretor de Seizure, Ryan Simons.

James estrela como Sadie, uma jovem que retorna para a casa de campo onde viveu sua infância e onde seu pai morreu em circunstâncias misteriosas. Ela começa a trabalhar como fotógrafa em um jornal sensacionalista, ao mesmo tempo em que encontra o Demon Eye, um amuleto que, diz a lenda, pode transformar seu maior desejo em realidade. Será que esse objeto trará consequências terríveis para a vida de Sadie? Sim, ele trará.

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Quem vem cobrar o preço alto pelo desejo atendido são duas figuras sobrenaturais. Uma delas, Sally, a garota queimada (Alannah Marie, de Coven of Evil), se contenta em aparecer de vez em quando para assombrar nossa bela e complexada protagonista e tentar emplacar alguns jump scares no processo. A outra figura é um cão fantasma que o espectador nunca vê. A dupla fantasmagórica não assusta ninguém. Acho até que aquelas bonequinhas inofensivas no quarto de Sadie são mais assustadoras do que os dois juntos.

Kate James e Robert Hamilton Como Sadie e Dan no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons
Kate James e Robert Hamilton Como Sadie e Dan no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons


Os efeitos especiais em O Olho do Demônio são modestos, mas rendem momentos que talvez funcionem como humor involuntário. Um bom exemplo é a cena da garota com a cabeça virada. Ou aquela outra em que uma vítima despenca de uma escada e estranhamente explode ao bater no chão, manchando a câmera de sangue. Lembrei-me imediatamente de Piranhaconda, e foi difícil não rir.

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Os cenários externos são naturalmente bonitos, mas eu preferia que o diretor não entregasse tantas tomadas aéreas e se concentrasse um pouco mais na história. Ou, pelo menos, em esclarecer algumas dúvidas cruéis. Como Sadie conseguiu fazer a espuma cobrir sua nudez quando se levantou da banheira? E se ela carrega o Demon Eye no pescoço e tem uma foto da garota queimada em sua câmera, porque exatamente passou mais da metade do filme procurando evidências sobre a existência do Demon Eye e da garota queimada?

A atriz Ellie Goffe como Faye no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons
A atriz Ellie Goffe como Faye no filme 'Demon Eye', de Ryan Simons


O elenco entrega atuações razoáveis, mas não consegui gostar de nenhum personagem. Nem mesmo de Sadie, provavelmente porque ela passa a maior parte do tempo reclamando da vida e/ou tentando arruinar o casamento daquele cara do jornal. Falando nisso, o romance desinteressante dos dois tem uma reviravolta no final. Mas como o diretor puxou o freio de mão durante a construção do relacionamento, a revelação acaba sendo mais cômica do que chocante.

Nota: 3.2/10

Título original: Demon Eye.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Reino Unido.
Duração: 87 minutos.
Roteiro: Ryan Simons.
Direção: Ryan Simons.
Elenco: Kate James, Darren Day, Liam Fox, Ellie Goffe, Jimmy Allen, Alannah Marie, Robert Hamilton.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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