Crítica | O Terceiro Olho 2 (Mata Batin 2, 2019)

Jessica Mila e Bianca Hello voltam a interpretar as irmãs Alia e Abel na continuação do terror de Rocky Soraya

A atriz Jessica Mila em imagem do filme 'O Terceiro Olho 2', de Rocky Soraya

Por Ed Walter

O diretor Rocky Soraya está de volta com o segundo capítulo de O Terceiro Olho, franquia de terror sobrenatural que ele iniciou em 2017 sobre duas irmãs que possuem o dom de ver e se comunicar com espíritos. O filme, que já está disponível no catálogo da Netflix, trás Jessica Mila e Bianca Hello reprisando seus papeis de Alia e Abel. E Citra Prima também retorna como a guia espiritual Bu Windu, que deixou o visual dark de lado mas continua afiada na arte de apresentar respostas para todos os mistérios do universo.

O Terceiro Olho 2 começa com uma tragédia que abala a vida de Alia. Seguindo os sábios conselhos de Windu, nossa heroína decide trabalhar como voluntária em um orfanato para garotas onde faz amizade com Nadia (Nabilah Ratna Ayu Azalia), uma adolescente que, assim como ela, possui o dom do Terceiro Olho. Nadia anda ouvindo algumas vozes muito estranhas vindas das paredes. As duas se unem para investigar o mistério. E coisas muito ruins vão acontecer depois disso.

As atrizes Jessica Mila e Sophia Latjuba em imagem do filme 'O Terceiro Olho 2', de Rocky Soraya


O filme tem um visual bem cuidado, e Soraya explora os cenários amplos de maneiras criativas. A câmera gira, treme, dá zooms dramáticos em objetos e no rosto dos personagens. Ela também atravessa portas e janelas. E às vezes é colocada no teto do orfanato, fixa acima de um ventilador ou se movendo para acompanhar um personagem enquanto ele caminha de um cômodo para o outro. A trilha sonora é intrusiva, mas acaba ajudando a criar uma atmosfera retrô bacana. Os efeitos especiais continuam deliciosamente bregas, o que pode ser bom ou ruim dependendo do gosto do público.

Jessica Mila está bem à vontade no papel de Alia, que aprendeu a controlar seus poderes e a realizar rituais, mas enfrenta dificuldades ao lidar com coisas básicas como tomar banho sem ser espionada por fantasmas. Sophia Latjuba e Jeremy Thomas estão bem como os donos do orfanato, Laksmi e Fadli. Mas a história dos dois, que ganha destaque no final, não me convenceu muito, não. Citra Prima não tem muita coisa para fazer além de aparecer na hora certa para salvar a pátria no papel de Windu. Nabilah Ratna Ayu Azalia recebe pouca atenção do roteiro no papel de Nadia. E os outros estão ali apenas para gritar e correr.


A atriz Nabilah Ratna Ayu Azalia em imagem do filme 'O Terceiro Olho 2', de Rocky Soraya


A primeira metade do filme diverte. Mas a segunda é apenas uma repetição de idéias e situações exploradas à exaustão tanto no primeiro filme quanto em todos os capítulos da franquia The Doll e em seu spin-off, Boneca Maldita. Há uma reviravolta que, a essa altura, também já está mais do que manjada. E sabe aquele momento trash em que o fantasma possui um desavisado e sai distribuindo facadas em quem encontra pela frente? Pois é, ele está presente aqui também, exatamente como nos outros trabalhos do diretor.

Gosto do estilo de terror brega/chique de Soraya. Mas ele precisa urgentemente parar de insistir em uma idéia só.

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O melhor: Rever as irmãs Alia e Abel.
O pior: Perceber que a fórmula é a mesma dos outros filmes do diretor.

Título original: Mata Batin 2.
Gênero: Terror, drama.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Indonésia.
Duração: 116 minutos.
Roteiro: Riheam Junianti, Fajar Umbara.
Direção: Rocky Soraya.
Elenco: Jessica Mila, Nabilah Ratna Ayu Azalia, Sophia Latjuba, Jeremy Thomas, Bianca Hello, Citra Prima, Jelita Callebaut, Hadijah Shahab, Nicole Rossi, Yasmine Mahya.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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