Crítica | Darkness Wakes (2017)

Aisling Knight passa o final de semana em uma mansão assombrada no terror do diretor e roteirista Simon Richardson

Aisling Knight em imagem do filme 'Darkness Wakes', de Simon Richardson

Por Ed Walter

Também conhecido como Charlotte Wakes e The Sitter, o terror sobrenatural Darkness Wakes me lembrou bastante de um outro filme de terror britânico que assisti recentemente: Crucible of the Vampire, de Iain Ross-McNamee. Em ambos há uma jovem arrastada para o centro de eventos estranhos. Há uma mansão do tipo que a gente bate o olho e já sabe que é assombrada. Há uma família estranha que pode ou não guardar segredos sombrios. E há um ritmo lento, que acaba comprometendo a diversão.

A mocinha em perigo da vez é a bela Charlotte (Aisling Knight, de Night Call), uma estudante quebrada que aceita o trabalho de cuidar de um gato (!) em uma mansão remota, enquanto os donos da casa se ausentam no final de semana. O casal Farrow tem algumas regras que não admitem que sejam quebradas. Mas como eles pagam £200 por noite e ainda permitem que a garota tenha acesso à adega de vinhos, parece um bom negócio. Na primeira noite, Charlotte percebe que tem algo estranho na casa. E ela nem imagina que sua vida está correndo sério perigo.


Aisling Knight em imagem do filme 'Darkness Wakes', de Simon Richardson

O filme tem uma fotografia levemente amarelada, que passa uma sensação de produção antiga. O diretor estreante Simon Richardson trabalha bem com elementos de luz e sombra, principalmente nas várias cenas ambientadas na mansão — uma construção real, localizada em Oxfordshire, que tem fama de ser assombrada desde a década de 1920, e onde a equipe e atores passaram duas semanas antes de começar as filmagens, apenas para sentir o "clima" do local.

O nome da protagonista, aliás, teria sido uma homenagem a uma das proprietárias da casa, que viveu nela por cerca de 60 anos. Coincidentemente, Charlotte é o mesmo nome da heroína de A Sedução do Mal, filme com o qual Darkness Wakes também compartilha algumas semelhanças. A mais notável delas são os sonhos recorrentes, onde a protagonista se vê seduzida por uma entidade sombria.


Imagem do filme 'Darkness Wakes', de Simon Richardson

Gostei da atuação de Aisling Knight, que mesmo tendo poucos diálogos reage bem às situações estranhas à sua volta. Gostei da atuação exagerada de Richard Kilgour, cujo personagem, o excêntrico senhor Farrow, parece ter saído de um filme B da década de 70. Alguns coadjuvantes aparecem de relance de vem em quando, mas só ganham destaque no último ato. Já a amiga de Charlotte, Kate (Samantha Schnitzler) não acrescenta muita coisa para a trama principal, e parece estar ali apenas para garantir que o filme tenha alguns minutos a mais.

É justamente o fato de esticar demais uma história que poderia muito bem ter sido contada em no máximo 40 minutos, que deixa a experiência cansativa. Demorar para estabelecer a ameaça que ronda a casa também não ajuda muito. O diretor tenta quebrar a monotonia recorrendo a jump scares, geralmente ineficientes. E depois de vê-lo dar destaque e criar suspense em cima de uma situação que dura 10 minutos e não acrescenta absolutamente nada para o filme, meu interesse pela história diminuiu consideravelmente.


Aisling Knight em imagem do filme 'Darkness Wakes', de Simon Richardson

Perto do último ato, Charlotte é tomada por um repentino desejo de ficar nua toda hora. Cheguei a pensar que fosse uma tática do diretor para garantir que pelo menos o público masculino não caísse no sono. Mas a verdade é que essas cenas não são tão gratuítas assim, e acabam fazendo sentido quando relacionadas com a mitologia da entidade sobrenatural que atormenta a heroína. O filme ganha um certo fôlego nos minutos finais. E em reconhecimento pelo esforço da atriz Aisling Knight, admito que consegui assistir tudo sem dormir.

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O melhor: A atmosfera é sombria e a atriz principal é esforçada. E muito bonita também.
O pior: Demora demais para chegar onde precisa.

Título original: Darkness Wakes / Charlotte Wakes / The Sitter.
Gênero: Terror, suspense.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Pais: Reino Unidos.
Duração: 97 minutos.
Roteiro: Simon Richardson.
Direção: Simon Richardson.
Elenco: Aisling Knight, Richard Kilgour, Nick Bridge-Butler, Samantha Schnitzler, Jill Buchanan, Bjorn Franklin, Lance Patrick, Jane Paul-Gets, Raph, Caroline Richardson, Philly Rutt, Laura Smith, Lanie Veckman, Matt Veckman.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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