Florence Pugh e Jack Reynor presenciam eventos perturbadores em uma comunidade na Suécia no drama de terror do diretor e roteirista Ari Aster
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Florence Pugh, Vilhelm Blomgren e Jack Reynor em imagem do filme 'Midsommar: O Mal Não Espera a Noite', de Ari Aster |
Por Ed Walter
Ari Aster estreou na direção em 2018 com Hereditário, filme que dividiu bastante as opiniões do público, mas conseguiu traumatizar muita gente com uma das cenas mais chocantes dos últimos anos. Agora ele está de volta com Midsommar, drama com doses de suspense e alguns elementos de terror estrelado por Florence Pugh (Lady Macbeth) e Jack Reynor (Glassland).
Aster também assina o roteiro do longa, que no Brasil ganhou o subtítulo O Mal Não Espera a Noite, em uma referência ao local onde a trama é ambientada: uma comunidade rural no interior da Suécia, onde os moradores se preparam para as comemorações do solstício de verão. Devido à latitude da região, nessa época do ano o Sol se põe por volta da meia-noite. E lá pelas três e meia da manhã, ele já nasceu de novo.
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Imagem do filme 'Midsommar: O Mal Não Espera a Noite', de Ari Aster |
É para esse mundo onde escuridão é coisa rara que viaja nossa heroína, a estudante de psicologia Dani. Ela passou por uma tragédia recente, e vê no passeio uma oportunidade para tentar processar e, quem sabe, até superar seu trauma. Dani está acompanhada do namorado Christian e seus amigos Pelle, Josh e Mark. E o que posso dizer além disso é que todos terão surpresas. Algumas, bem desagradáveis.
Assim como em Hereditário, Aster trata de entregar uma cena devastadora no primeiro ato, e seu peso acompanha o público por boa parte do filme. O diretor então passa a apostar no folk horror, subgênero do cinema de terror onde também estão incluídos filmes como Kill List (2011), A Bruxa (2015), Apóstolo (2018) e o clássico O Homem de Palha (1973), que claramente é a principal fonte de inspiração aqui. Há algumas cenas de violência explícita realmente perturbadoras. E, perto do último ato, a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer ganha bastante força, deixando o público em constante estado de desconforto.
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Imagem do filme 'Midsommar: O Mal Não Espera a Noite', de Ari Aster |
Ainda assim, é preciso dizer que, em pelo menos 80% de seus 147 minutos, Midsommar é um drama que se desenvolve muito lentamente, o que certamente vai decepcionar quem espera por um filme de terror mais direto. Ele também vem recheado de simbolismos e metáforas, que provavelmente nem todo mundo vai ter paciência para decifrar. Mas, felizmente, Aster não exagera tanto a ponto de entregar um daqueles filmes sonolentos e incompreensíveis que alguns críticos costumam classificar como pós-horror. E mesmo sem se aprofundar em suas camadas, dá para encontrar sentido na obra.
Se você assistir consciente de que está diante de um drama e encarar as ocasionais cenas de terror como um bônus, terá um passatempo mais interessante ainda. A direção criativa, os cenários grandiosos, a belíssima fotografia e as ótimas atuações colaboram muito para isso. E Aster dispensa tanto carinho na construção de seu universo, que eu preciso confessar que não me importaria em passar mais tempo acompanhando a rotina, as crenças e as tradições daquela sociedade alternativa.
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Vilhelm Blomgren e Florence Pugh em imagem do filme 'Midsommar: O Mal Não Espera a Noite', de Ari Aster |
William Jackson Harper está bem como Josh, o rapaz que pesquisa os costumes da comunidade para sua graduação. Vilhelm Blomgren tem bastante carisma, e seu personagem, Pelle, é nosso anfitrião no novo mundo. Will Poulter está divertido como Mark, que serve como alívio cômico e representa os turistas sem respeito por outras culturas. E Pugh está magnífica como a protagonista atormentada, cuja jornada acaba sendo o foco principal de toda a trama.
Também gostei da atuação de Jack Reynor, que interpreta o namorado Christian. E preciso dizer que ele protagoniza uma das cenas mais bizarras do filme. Ela acontece nos minutos finais. E tem potencial tanto para chocar, quanto para fazer o público morrer de rir.
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O melhor: Visual belíssimo, personagens complexos, ótimas atuações e cenas de terror perturbadoras.
O pior: As cenas de terror perturbadoras se diluem no meio do drama.
Ainda assim: O drama consegue ser interessante.
Título original: Midsommar.
Gênero: Drama, mistério, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos, Suécia, Hungria.
Duração: 147 min | 171 min (Director's Cut).
Roteiro: Ari Aster.
Direção: Ari Aster.
Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren, William Jackson Harper, Will Poulter, Ellora Torchia, Archie Madekwe, Henrik Norlén, Gunnel Fred, Isabelle Grill, Agnes Westerlund Rase, Julia Ragnarsson, Mats Blomgren, Lars Väringer, Anna Åström, Hampus Hallberg, Liv Mjönes, Louise Peterhoff, Katarina Weidhagen, Björn Andrésen, Tomas Engström, Dag Andersson, Lennart R. Svensson, Anders Beckman, Rebecka Johnston, Tove Skeidsvoll, Anders Back, Anki Larsson, Levente Puczkó-Smith, Frans Rosengarten, Vilmos Kolba, Mihály Kaszás, Gabi Fon, Zsolt Bojári, Klaudia Csányi, Anna Berentz, Austin R. Grant, Kati Dombi, Linnea Larsdotter, Maximilian Slash Marton, Johan Matton, Balázs Megyeri.
Na moral esse filme foi muito bizarro, as cenas foram mais pra chocar o publico mesmo, eu achei o final uma merd*** pois não curto muito filmes em que o mal prevalece depois de tudo que o rapaz passou o minimo era uma morte digna sei lá matando um dos anciões chatos da porra, gostei mais do filme O Apostolo e O Ritual (Netflix)
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