Retro Review | As Filhas de Drácula (Twins of Evil, 1971)

Mary e Madeleine Collinson interpretam gêmeas arrastadas para uma trama sombria no terror gótico dirigido por John Hough


Alex Scott e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough
Alex Scott e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough


Embora o título nacional sugira uma ligação com o rei dos vampiros, convém esclarecer que As Filhas de Drácula não tem nada a ver com Drácula. O título original pode ser traduzido como 'Gêmeas do Mal'. E o filme é o último da famosa 'Trilogia Karnstein', baseada nos personagens apresentados no romance de terror gótico Carmilla, do irlandês Joseph Sheridan Le Fanu.

John Hough, realizador de A Casa da Noite Eterna (1973) e Incubus (1981) dirige o longa a partir do roteiro de Tudor Gates, que também escreveu os outros dois filmes da trilogia: Carmilla, a Vampira de Karnstein (1970), de Roy Ward Baker, e Luxúria de Vampiros (1971), de Jimmy Sangster. A receita continua a mesma: uma trama envolvente que mistura vampiros e rituais satânicos com castelos assustadores, florestas fantasmagóricas e, é claro, muitos decotes.

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O eterno Van Helsing Peter Cushing está ótimo como Gustav Weil, um fanático religioso que lidera um grupo de caçadores de bruxas que atua em um pequeno vilarejo na Europa Central do século XIX. Na teoria, eles estão tentando salvar o povo da influência do demônio. Mas na prática, o que fazem é perseguir garotas bonitas cujo comportamento não se encaixa nos padrões da sociedade da época.

Peter Cushing em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough
Peter Cushing em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough


As ações de Gustav resultam em uma população aterrorizada, e muitas mulheres inocentes indo parar na fogueira. E o pior é que a ira de velhos puritanos não são o único problema do vilarejo. Homens estão sendo encontrados mortos nas estradas e florestas. E marcas muito suspeitas em seus pescoços indicam que pode haver um vampiro rondando por lá.

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Nesse cenário assustador, entram em cena as belas Maria e Frieda, gêmeas idênticas que são acolhidas na residência da família Weil depois da morte de seus pais. As irmãs são interpretadas pelas maltesas Mary e Madeleine Collinson, que um ano antes haviam posado juntas para a revista Playboy, tornando-se as primeiras gêmeas idênticas a ganhar o título de Playmates do Mês.

Damien Thomas e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough
Damien Thomas e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough


O filme tem muitas subtramas interessantes, mas o grande destaque é mesmo o relacionamento das duas. Maria (Mary) é romântica e boazinha, e vive entrando em apuros na tentativa de encobrir as sapequices da irmã. Frieda (Madeleine) é a gêmea malvadinha. E fica pior ainda depois que se envolve com o misterioso Conde Karnstein, interpretado com uma estranha mistura de elegância e breguice por Damien Thomas.

Sim, o conde é descendente da amaldiçoada família Karnstein, embora não compartilhe da herança sobrenatural de seus antepassados. Mas nada que um ritual de magia negra com direito a sacrifícios de virgens não resolva. É nesse momento que temos a participação de nossa Karnstein favorita: a vampira Mircalla, também conhecida como Marcilla e Carmilla. Desta vez, a personagem é interpretada pela britânica Katya Wyeth. Mas ela aparece muito pouco, e serve apenas para fazer a ligação com os outros filmes.

As gêmeas Mary e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough
As gêmeas Mary e Madeleine Collinson em imagem do filme de terror 'As Filhas de Drácula', de John Hough


As Filhas de Drácula tem uma direção competente, cenários variados e um elenco que cumpre muito bem seu papel. Quem assistiu os filmes anteriores vai notar que o erotismo é mais discreto aqui, enquanto as cenas de suspense e terror ganham mais destaque. Os efeitos práticos são divertidos. E o terceiro ato reserva algumas mortes bem ousadas para os padrões dos anos 1970.

O filme não supera Carmilla, a Vampira de Karnstein. Mas, com certeza, fecha muito bem essa trilogia que está entre as melhores obras do estúdio Hammer.

Nota: 7/10

Título original: Twins of Evil.
Gênero: Terror.
Produção: 1971.
Lançamento: 1971.
País: Reino Unido.
Duração: 87 minutos.
Roteiro: Tudor Gates.
Diretor: John Hough.
Elenco: Madeleine Collinson, Mary Collinson, Peter Cushing, Dennis Price, Isobel Black, Kathleen Byron, Shelagh Wilcocks, Damien Thomas, David Warbeck, Harvey Hall, Alex Scott, Judy Matheson, Luan Peters, Katya Wyeth, Inigo Jackson.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Tenho esse filme em casa,assisti umas 6 x,não chega a ser um bom filme e nem é o lixo do segundo filme,um filme razoável

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