Lobisomem aterroriza vilarejo da Inglaterra vitoriana no remake do clássico de 1941 dirigido por Joe Johnston
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Arte do filme 'O Lobisomem', de Joe Johnston |
Joe Johnston é um nome bem conhecido dos fãs de cinema fantástico. Já dirigiu delícias como Querida, Encolhi as Crianças e Jumanji. E em 2010, ele assumiu uma tarefa um pouco mais sombria: levar para as telas uma nova versão de O Lobisomem, clássico de 1941 dirigido por George Waggner e estrelado por Lon Chaney Jr.
Benicio Del Toro (Sicario: Terra de Ninguém), Anthony Hopkins (Drácula de Bram Stoker) e Emily Blunt (Um Lugar Silencioso) estrelam o remake. O roteiro é assinado por Andrew Kevin Walker (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça) e David Self (A Casa Amaldiçoada). Ele parte da mesma premissa da obra original. Mas apresenta algumas mudanças significativas no decorrer do filme.
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Del Toro interpreta Lawrence Talbot, um jovem aristocrata que deixa a América para retornar à casa de sua família, na Inglaterra. Ele atende ao apelo da cunhada, Gwen Conliffe (Blunt), que está desesperada por notícias de seu noivo desaparecido. Lawrence descobre que o irmão foi atacado por uma criatura misteriosa que está aterrorizando os moradores do vilarejo de Blackmanoor. E sim, a criatura misteriosa é um lobisomem.
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Imagem do filme 'O Lobisomem', de Joe Johnston |
O diretor acerta ao ambientar a trama na Inglaterra da era vitoriana, e cuida de entregar cenários e figurinos que nos transportam sem esforço para lá. Ele ganha mais alguns pontos por apresentar o lobisomem em sua forma clássica, com direito a calça comprida e camisa rasgada. Os efeitos digitais são meio borrachudos, principalmente nas cenas de transformação. Mas até que eles geram momentos divertidos, como aquela sequência frenética em que a criatura corre pelos telhados e depois sai tocando o terror pelas ruas de Londres.
O CGI duvidoso se alinha com o gore para dar à obra aquela cara de filme B que tanto amamos. E, para balancear, ganham o reforço de ótimos efeitos práticos. Decapitações e desmembramentos aguardam as vítimas que ousam cruzar o caminho do lobisomem nervoso. E o trabalho é tão bem feito que valeu ao filme o Oscar de melhor maquiagem de 2011.
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Emily Blunt em imagem do filme 'O Lobisomem', de Joe Johnston |
O roteiro e os diálogos não são lá essas coisas. Mas Benicio Del Toro e Anthony Hopkins até que mandam bem no papel do jovem atormentado e de seu pai pai misterioso, que esconde alguns segredos importantes para amarrar a trama. Emily Blunt tem pouca coisa para fazer nos dois primeiros atos, mas ganha um certo destaque no final. E Hugo Weaving (Matrix) entrega o personagem mais divertido: Aberline, um policial da Scotland Yard que investiga os ataques da criatura.
O filme sofre com alguns problemas de continuidade e com jump scares fajutos, fica meio bagunçado perto do último ato e exagera um pouquinho no CGI da batalha final. Mas eu não posso dizer que não me diverti com tudo que vi. O Lobisomem não chega a ser um grande remake. Mas também passa longe de fazer feio.
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O melhor: Ótima maquiagem, clima de filme B e lobisomem com visual à moda antiga.
O pior: O roteiro e o CGI não são lá essas coisas. Mas não chegam a estragar a brincadeira.
Título original: The Wolfman.
Gênero: Terror.
Produção: 2010.
Lançamento: 2010.
País: Estados Unidos.
Duração: 103 min | 119 min (unrated director's cut)
Roteiro: Andrew Kevin Walker, David Self.
Direção: Joe Johnston.
Elenco: Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt, Hugo Weaving, Simon Merrells, Gemma Whelan, Mario Marin-Borquez, Asa Butterfield, Cristina Contes, Art Malik, Malcolm Scates, Nicholas Day, Michael Cronin, David Sterne, David Schofield, Roger Frost.
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