Caminhada vira pesadelo no reboot de 'Pânico na Floresta' dirigido por Mike P. Nelson
Imagem do filme 'Pânico na Floresta: A Fundação' (2021), de Mike P. Nelson | ©Saban Films |
Em 1999, o roteirista Kevin Williamson e o diretor Wes Craven entregam Pânico, clássico do cinema de terror que redefiniu as regras e deu novo fôlego para o subgênero slasher. Muitos diretores tentaram explorar a nova fórmula, que acabou se revelando bem menos sólida que a dos slashers clássicos. Poucos anos depois, o subgênero entrava novamente em declínio.
Felizmente nem todos seguiram a cartilha de Craven e Williamson. O diretor Rob Schmidt e seu roteirista Alan B. McElroy, por exemplo, ignoraram as regras atualizadas e entregaram um slasher à moda antiga: Pânico na Floresta, sobre um grupo de jovens perseguido por uma família de assassinos deformados nas florestas da Virgínia Ocidental.
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Pânico na Floresta foi um prato cheio para os fãs, carentes da magia dos slashers clássicos. Suas várias sequências não agradaram tanto. Mas agora o filme está ganhando um reboot, que vai dividir bastante as opiniões. Charlotte Vega, a estrela do drama de terror gótico The Lodgers, lidera o elenco da nova versão, escrita pelo roteirista do filme original.
Imagem do filme 'Pânico na Floresta: A Fundação' (2021), de Mike P. Nelson | ©Saban Films |
Mike P. Nelson, o realizador de Os Domésticos, dirige o reboot, que segue o caminho oposto do original. Os clichês divertidos do filme de 2003 são deixados de lado para dar lugar a clichês chatos da atualidade. O novo Pânico na Floresta flerta com o terror social e com o pós-terror. A mudança é tão radical que se o filme fosse lançado com outro título, provavelmente ninguém perceberia que está diante de um reboot.
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Vega interpreta Jen, uma jovem que viaja com amigos para uma caminhada na Trilha dos Apalaches. Nossos heróis acabam se perdendo na floresta e têm um encontro desagradável com "A Fundação", uma comunidade que viveu nas montanhas por centenas de anos e está disposta a ir até as últimas consequências para garantir que seu modo de vida não seja ameaçado.
Imagem do filme 'Pânico na Floresta: A Fundação' (2021), de Mike P. Nelson | ©Saban Films |
Enquanto os jovens tentam sobreviver à pior caminhada de suas vidas, o pai de Jen, Scott (Matthew Modine, de Medo Profundo), inicia uma busca desesperada por pistas sobre o paradeiro da filha. O diretor alterna entre os dois núcleos e consegue criar uma metade inicial promissora. Há bons momentos de tensão, e embora nenhuma cena seja particularmente sangrenta, os efeitos práticos são bons o suficiente para que a maioria das mortes cause o devido impacto.
Na metade final temos uma nova narrativa, que discute o conceito de sociedade. Funciona até certo ponto, e até rende novas cenas medonhas. Mas logo o roteiro apresenta contradições que comprometem a imersão. Isso, é claro, se sua imersão já não tiver sido comprometida após presenciar momentos como o misterioso desaparecimento dos celulares e a inacreditável incapacidade dos personagens de se desviar de um tronco que ameaça esmagá-los.
Imagem do filme 'Pânico na Floresta: A Fundação' (2021), de Mike P. Nelson | ©Saban Films |
O último ato é marcado por decisões questionáveis. O confronto final entre os sobreviventes e os membros da "Fundação" não é muito empolgante, mas o diretor se redime nos minutos finais, com uma cena realmente inesperada que se funde com os créditos de encerramento. O público que não está familiarizado com a franquia talvez encontre um passatempo razoável. Os fãs do filme original provavelmente vão se decepcionar com este reboot.
Nota: 5/10
Título original: Wrong Turn.
Gênero: Terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido.
Duração: 1h 49m.
Roteiro: Alan B. McElroy.
Direção: Mike P. Nelson.
Elenco: Charlotte Vega, Emma Dumont, Matthew Modine, Daisy Head, Bill Sage, Valerie Jane Parker, Tim DeZarn, Dylan McTee, Adain Bradley, Damian Maffei, Adrian Favela, Rhyan Elizabeth, Daniel R. Hill, Vardaan Arora, Daphne Matthews.
Ed walter, boa noite.
ResponderExcluirAquelas considerações finais ao fim de cada crítica era bem legal, tenta voltar com elas, antes você deixava uma nota e depois mudou para pontos positivos e negativos de cada filme e era interessante pra gente ter uma noção melhor do que esperar de cada filme.
Já assisti piores, não gostei por ser lançado como Reboot, mas não é um filme ruim. 6/10
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