Crítica | Annabelle (2014)

Boneca assombrada aterroriza casal no spin-off de 'Invocação do Mal' dirigido por John R. Leonetti


A atriz Annabelle Wallis em imagem do filme 'Annabelle', de John R. Leonetti | ©Warner Bros.


Annabelle é o primeiro spin-off do ótimo Invocação do Mal, filme de terror dirigido por James Wan baseado nos casos supostamente sobrenaturais investigados pelo casal da vida real, Ed e Lorraine Warren. O longa se encaixa em um universo compartilhado de assombrações do qual também fazem parte os filmes A Freira e A Maldição da Chorona, além da própria franquia Invocação do Mal.

O spin-off começa com uma versão editada da cena de abertura do filme de Wan, quando Ed e Lorraine entrevistaram as enfermeiras atormentadas por Annabelle. Só que a história salta para o ano anterior, para acompanhar os apuros dos primeiros (?) proprietários de Annabelle: o casal Mia e John, cujos nomes são uma clara referência a Mia Farrow e John Cassavetes, os astros do clássico O Bebê de Rosemary.

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O cenário é Santa Mônica, Califórnia. A jovem costureira e colecionadora de bonecas Mia (Annabelle Wallis, de A Múmia) está grávida e um pouco estressada. Seu marido, o médico ausente John (Ward Horton, de Veronika Decide Morrer) resolve animá-la, presenteando-a com uma boneca feia de vestido branco. Coisas estranhas acontecem na residência do casal. E como Ed e Lorraine não participam do filme, eles terão que encontrar ajuda em outro lugar.

Annabelle Wallis e Ward Horton em imagem do filme 'Annabelle', de John R. Leonetti | ©Warner Bros.


É uma pena que os personagens de apoio de Annabelle não sejam interessantes. O padre Perez (Tony Amendola, de A Lenda do Zorro) está no filme apenas para recitar frases de auto-ajuda e para protagonizar uma cena que contradiz boa parte do que foi estabelecido sobre os "poderes" da boneca. A vendedora Evelyn (Alfre Woodard, de 12 Anos de Escravidão) esbarra com o casal de qualquer jeito e suas ações (principalmente no final) não fazem muito sentido. Já o policial Clarkin (Eric Ladin, de Rebirth)... bem, a melhor maneira de descrever esse personagem é dizendo que ele está no filme porque sim.

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Ajudaria bastante se Mia e John fosse um casal carismático, mas isso também não acontece. Na verdade eles são um pouco chatos, e o roteiro de Gary Dauberman (It: A Coisa) gasta um tempo precioso focado neles. Antes do terceiro ato, eu não estava mais me importando com nenhum dos dois. Sobram as cenas de terror, e nesse ponto Annabelle tem seus altos e baixos.

Annabelle Wallis, Ward Horton e Tony Amendola em imagem do filme 'Annabelle', de John R. Leonetti | ©Warner Bros.


O longa é dirigido por John R. Leonetti, o mesmo realizador de 7 Desejos e O Silêncio. Leonetti é um excelente cinematógrafo (ele é responsável pela fotografia de Invocação do Mal), cria uma atmosfera propícia para eventos assustadores e até consegue desenvolver alguns com competência. Eu fiquei realmente surpreso com a brutalidade da sequência de invasão domiciliar. E todas as cenas envolvendo aquela máquina de costura assustadora me deixaram roendo as unhas.

Infelizmente esses bons momentos acabam se diluindo no meio dos clichês ruins e dos jump scares telegrafados. O resultado geral acabou me decepcionando.

Nota: 4.6/10

Título original: Annabelle.
Gênero: Terror, suspense, mistério.
Produção: 2014.
Lançamento: 2014.
País: Estados Unidos.
Duração: 99 minutos.
Roteiro: Gary Dauberman.
Direção: John R. Leonetti.
Elenco: Annabelle Wallis, Ward Horton, Tony Amendola, Alfre Woodard, Kerry O'Malley, Brian Howe, Eric Ladin, Ivar Brogger, Geoff Wehner, Gabriel Bateman, Shiloh Nelson, Sasha Sheldon, Camden Singer, Robin Pearson Rose, Keira Daniels.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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