'País da Violência' é um thriller surpreendente sobre quatro amigas que viram alvo de uma verdadeira caça às bruxas moderna
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Abra, Suki Waterhouse, Odessa Young e Hari Nef em imagem do filme 'País da Violência', de Sam Levinson | ©Foxtail Entertainment |
País da violência é um thriller com boas doses de drama, humor-negro e terror, sobre quatro adolescentes arrastadas para o centro do que pode ser descrito como uma verdadeira caça às bruxas moderna. É o segundo filme do diretor Sam Levinson, que em 2011 realizou a comédia dramática Bastidores de um Casamento. Levinson também assina o roteiro do longa, que já começa com uma quantidade impressionante de alertas de gatilho que preparam o espectador para o espetáculo insano que está prestes a testemunhar.
O cenário é uma cidadezinha americana que, não por acaso, é chamada de Salem. Aparentemente o lugar é pacato. Só que as coisas mudam quando um hacker anônimo invade a vida online dos moradores e começa vazar seus vídeos, fotos e até históricos de pesquisa na internet. No começo o alvo são apenas pessoas importantes da cidade. Mas não demora para que todos tenham seus segredos mais íntimos expostos na rede para quem quiser ver, comentar ou deixar um LOL
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A história é narrada pela adolescente Lily Colson, interpretada pela carismática e muito talentosa Odessa Young (Doce Virgînia). Lily divide seu tempo entre festejar com as amigas, ter encontros desastrosos com um péssimo namorado e trocar mensagens com um vizinho mais velho. Sua vida vira de cabeça para baixo quando uma multidão furiosa sai às ruas em busca de alguém para culpar pelos vazamentos, fazendo com que regras sociais se deteriorem e a violência tome conta de Salem.
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Bella Thorne em imagem do filme 'País da Violência', de Sam Levinson | ©Foxtail Entertainment |
Hari Nef (série You), Suki Waterhouse (Amores Canibais) e a estreante Abra fazem as amigas Bex, Sarah e Em, que também passam apuros quando a população de Salem deixa as máscaras metafóricas caírem e cobre o rosto com outras, literais. Bill Skarsgård (It: A Coisa) ganha um certo destaque como o namorado Mark. E Bella Thorne (Amityville: O Despertar) faz uma participação especial como uma cheerleader de discurso vazio, que também paga um preço alto quando verdades inconvenientes vêm à tona.
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O filme é dividido em três partes com tons bem diferentes. A primeira é agitada, marcada por visual estilizado, muito neon, cortes rápidos e tela dividida, como se tentasse refletir a natureza frenética da juventude atual. A segunda é mais séria, dominada por momentos dramáticos realmente envolventes. Incidentes isolados anunciam uma tragédia de proporções monumentais. Na reta final, o caos toma conta da tela.
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Suki Waterhouse e Odessa Young do filme 'País da Violência', de Sam Levinson | ©Foxtail Entertainment |
País da Violência conta com ótimos momentos de suspense, com destaque para a sequência de invasão domiciliar que remete ao clássico Sob o Domínio do Medo (1971), de Sam Peckinpah. O filme estrelado por Dustin Hoffman e Susan George inclusive chega a ser citado por uma das personagens pouco antes da invasão, seguida por outro grande momento: uma cena extremamente sangrenta e incômoda, que parece ter saído diretamente de um filme slasher com classificação indicativa R.
Mas se engana quem pensa que o impacto de País da Violência é apenas visual. O roteiro discute temas muito atuais como armamento, culpabilização das vítimas, mentalidade de rebanho, linchamento virtual e, a certa altura, real também. Fala sobre hipocrisia, falso moralismo, a sexualidade de uma mulher trans. E sobra até um tempinho para um monólogo curioso sobre as pressões para se conseguir uma nude perfeita.
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Odessa Young, Suki Waterhouse, Abra e Hari Nef em imagem do filme 'País da Violência', de Sam Levinson | ©Allstar/Bron Studios |
A violência assume um tom mais cartunesco no último ato, o que pode incomodar parte do público. Mas eu realmente amei quase tudo que vi. O discurso final combina perfeitamente com o filme. E não tem como não mencionar a maravilhosa sequência de encerramento, embalada por uma versão alternativa de 'We Can't Stop', de Milley Sirus. Divertido, frenético, ocasionalmente chocante e atrevido em tempo integral, País da Violência é uma das melhores surpresas dos últimos anos.
Nota: 9/10
Título original: Assassination Nation.
Gênero: Comédia, drama, suspense, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 108 minutos.
Roteiro: Sam Levinson.
Direção: Sam Levinson.
Elenco: Odessa Young, Abra, Suki Waterhouse, Hari Nef, Bella Thorne, Colman Domingo, Danny Ramirez, Joel McHale, Maude Apatow, Cody Christian, Bill Skarsgård, Cullen Moss, Kelvin Harrison Jr., Anika Noni Rose, Jeff Pope.
Filme ridículo, esdruxulo tenta imitar uma noite de crime e Kill Bill mas não foi nem uma coisa nem outra, perca de tempo assistir isso, eu me pergunto como alguém gasta dinheiro produzindo uma coisa dessas? até o meio do filme tava até legal mas do meio pro final virou uma bost*
ResponderExcluirUm filme com temas adultos e que merece ser visto mais de uma vez,devido a sua complexidade.Contemporaneo e bastante realista. Os perigos da internet e da sua invasão de privacidade é algo bastante discutido neste filme e principalmente no ato de não se pensar nas suas consequências.Perfeito naquilo que se propõe a fazer e o faz com estilo e maestria,mas é necessário prestar atenção em cada ato,em cada cena e nos mínimos detalhes,e também acima de tudo nos diálogos,quero ressaltar. É sobretudo um caça as bruxas moderno e provocativo como o lema de quem troca o ódio pelo ódio,ou seja,bateu levou,mas que funciona perfeitamente e lindamente pelo seu contexto,ritimo e com certeza você não vai ver nem o tempo passar.Corra ao cinema mais próximo e bom entretenimento,só não se pode levar tudo ao "pé da letra",ou seja, exatamente como foi,principalmente na atual conjuntura...eu já reservei o meu lugar!
ResponderExcluirO filme em si passa uma narrativa boa sobre os perigos da sociedade contemporânea e a forma como ela vem adoecendo rapidamente apresentando diversos temas debatidos, gostei do filme só o final que deu uma brochada, mas ficou bom o trabalho.
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