Crítica | False Positive (2021)

Ilana Glazer interpreta executiva de marketing que vê o sonho de engravidar se transformar em pesadelo no thriller psicológico de John Lee


Pierce Brosnan, Ilana Glazer e Justin Theroux em arte do filme 'False Positive', de John Lee | ©A24


False Positive é um thriller psicológico ambicioso e inquietante sobre uma mulher que vê o sonho de engravidar se transformar em pesadelo. É o longa de estreia do diretor John Lee, que também assina o roteiro em parceria com Alissa Nutting e sua estrela, a carismática Ilana Glazer (A Noite é Delas). O filme da A24, estúdio por trás Um Monstro no Caminho, Midsommar e Saint Maud, ficou engavetado por dois anos, até que foi adquirido pelo Hulu para lançamento nos Estados Unidos.

Glazer interpreta Lucy, uma executiva de marketing cuja ascensão no trabalho coincide com sua frustração devido a tentativas malsucedidas de engravidar. Seu marido, Adrian (Justin Theroux, de Meu Ex é um Espião), a convence a se consultar com o dr. Hindle (Pierce Brosnan, de Volcano), seu velho amigo e mentor, que dirige uma renomada clínica de reprodução assistida. Depois de algumas sessões, Lucy engravida, mas seu sonho vem acompanhado da sensação persistente de que algo está muito errado.


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False Positive tem um primeiro ato bem calibrado. A produção é bem cuidada, a direção é elegante e o elenco entrega personagens interessantes. Muitos diálogos, em especial aqueles envolvendo a protagonista e seus colegas de trabalho, acrescentam pouco ao filme. Mas eu fiquei realmente interessado na história, principalmente depois que Lucy é informada que precisa tomar uma decisão devastadora.

Ilana Glazer e Gretchen Mol em imagem do filme 'False Positive', de John Lee | ©A24


O conto urbano sobre os horrores da gravidez tem muito de O Bebê de Rosemary. Alguns detalhes, como o nome do marido de Lucy (Adrian também é o nome do bebê da personagem de Mia Farrow no filme de 1968) parecem simples referências. Mas quando o dr. Hindle começa a insistir para que a protagonista pare de acessar a internet em busca de informações sobre sua gravidez (o médico de Rosemary também implicava com o fato dela se informar através de livros), a intenção dos realizadores de transformar o filme em uma atualização do clássico de Roman Polansky para os millennials fica explícita.


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Composições misteriosas, uma edição intencionalmente confusa, metáforas, tentativas de críticas sociais e muito falatório sobre mommy brain marcam a metade final, levando o filme para um terreno bem próximo do pós-terror. Esse esforço para parecer complexo e relevante inevitavelmente se choca com uma revelação final tosca sobre as motivações do vilão (sim, existe um vilão), o que me fez pensar que talvez o filme funcionasse melhor se o diretor não levasse tudo tão a sério.

Pierce Brosnan em imagem do filme 'False Positive', de John Lee | ©A24


False Positive provavelmente vai encontrar suporte entre o público que gosta de filmes fora da caixinha. Fãs do terror convencional serão presenteados com um terceiro ato violento, que flerta com o cinema B e com os thrillers de vingança feminina. É uma pena que a ambição novamente fale mais alto e comprometa o que poderia ter sido um final divertido.

Nota: 4.9/10

Título original: False Positive.
Gênero: Suspense, mistério, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 92 minutos.
Roteiro: John Lee, Alissa Nutting, Ilana Glazer.
Direção: John Lee.
Elenco: Ilana Glazer, Justin Theroux, Gretchen Mol, Sabina Gadecki, Pierce Brosnan, Josh Hamilton, Nils Lawton, Sullivan Jones, James Cusati-Moyer, Lucy Walters, Jaygee Macapugay, Danielle Slavick, Sophia Bush, Francesca Faridany, Kelly AuCoin, Zainab Jah, Matthew Brandt, George R. Golden.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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