Crítica | Gaia (2021)

Monique Rockman interpreta guarda florestal que desvenda os segredos de uma floresta sombria em 'Gaia', o novo filme de Jaco Bouwer


Monique Rockman em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer
Monique Rockman em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer | ©Film Initiative Africa


Gaia é uma produção sul-africana que reúne elementos de terror, drama e fantasia, temperados com doses de filosofia, religião e teorias pós-apocalípticas. É o novo trabalho do diretor Jaco Bouwer, mesmo realizador do telefilme Rage (2020). Tertius Kapp, seu parceiro em Rage, assina o roteiro do longa estrelado por Monique Rockman (Nommer 37).

O filme começa com imagens belíssimas feitas por um drone, que destacam a imensidão verde que servirá de palco para a jornada de terror e descobertas da protagonista, a guarda florestal Gabi. O cenário é uma floresta na África do Sul, e é justamente o desaparecimento do drone que faz com que Gabi deixe a segurança de seu barco para se aventurar através do terreno desconhecido.

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A jornada faz referências a Hart of Darkness, A Costa do Mosquito e ao game The Last of Us. No caminho da heroína corajosa surgem personagens interessantes, rituais estranhos e muita poeira de cogumelo. Gabi inclusive tem alucinações frequentes, o que dá ao diretor a oportunidade de nos brindar com mais imagens deslumbrantes.

Carel Nel em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer
Carel Nel em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer | ©Film Initiative Africa


A floresta, porém, esconde muitos perigos. E eu não me refiro apenas a armadilhas que espetam pés, mas também a figuras misteriosas que me movem no meio das árvores enquanto emitem sons de gelar a espinha. A boa notícia é que Bouwer não tem vergonha de mostrar a ameaça, o que faz com que se destaque da maioria dos diretores da atualidade, menos interessados em monstros e mais em metáforas e mensagens profundas.

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Não que Gaia não tenha sua cota de mensagens. O roteiro de Kapp tem muito a dizer sobre a relação do ser humano com seus semelhantes, com o divino e com o meio-ambiente. Às vezes até exagera um pouco no discurso. Mas a boa quantidade de mistérios, o elenco competente, o visual fascinante, as cenas de body horror e os efeitos práticos insanos foram mais que suficientes para me manter interessado na jornada.

A atriz Monique Rockman em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer
A atriz Monique Rockman em imagem do filme 'Gaia', de Jaco Bouwer | ©Film Initiative Africa


Algo que não gostei em Gaia foram as frequentes mudanças no formato de tela. Esse recurso pode até servir para capturar a magnitude das árvores, criar uma sensação de claustrofobia e guiar subliminarmente o espectador pelo arco do filme. Mas assim como acontece em Os Intrusos, ver a tela ficar minúscula justamente no meio da batalha final passa longe de ser divertido.

Nota: 6/10

Título original: Gaia.
Gênero: Terror, fantasia, drama.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: África do Sul.
Duração: 96 minutos.
Roteiro: Tertius Kapp.
Direção: Jaco Bouwer.
Elenco: Monique Rockman, Carel Nel, Alex van Dyk, Anthony Oseyemi.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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