Gaia Weiss interpreta garçonete presa em labirinto repleto de armadilhas mortais no terror sci-fi 'Labirinto do Terror', do diretor Mathieu Turi
A atriz Gaia Weiss em imagem do filme 'Labirinto do Terror', de Mathieu Turi | ©Gravitas Ventures |
Fãs de longa data de filmes de gênero provavelmente já conhecem o conceito de pessoas que acordam em lugares desagradáveis e precisam superar situações mais desagradáveis ainda para sair de lá com vida. Meu primeiro contato com essa espécie de subgênero do cinema de terror, suspense e ficção científica foi com o cult Cubo (1997). O mais recente foi com Oxigênio (2020), da Netflix.
Enterrado Vivo (2010), A Câmara do Medo (2018) e a franquia Jogos Mortais também se encaixam nessa categoria. Mas nenhum desses filmes chega perto de atingir o nível de tensão e claustrofobia alcançado em Labirinto do Terror, ficção científica sombria de 2020 lançada esta semana no Brasil. O diretor e roteirista francês Mathieu Turi já havia se mostrado talentoso em criar suspense a partir de um conceito simples com seu filme de estreia, Depois do Apocalipse (2017). Com Labirinto do Terror, ele dá um passo à frente.
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No filme, a garçonete Lisa acorda em uma sala estranha, com uma pulseira brilhante presa no braço. Quando uma pequena passagem se abre, ela descobre que o lugar é composto por um emaranhado de túneis metálicos incrivelmente apertados - uma espécie de labirinto de hamsters, só que muito mais elaborado e repleto de armadilhas medonhas. Lisa terá que se aventurar pelos túneis em busca de uma saída. E ela não demora para perceber que terá uma morte horrível se ficar parada por muito tempo.
Gaia Weiss em imagem do filme 'Labirinto do Terror', de Mathieu Turi | ©Gravitas Ventures |
Enquanto nossa heroína se espreme por espaços claustrofóbicos, o design de produção faz uso criativo do cenário limitado e de elementos que podem servir tanto para ajudar na sobrevivência quanto para aumentar a tortura. O ótimo design de som amplifica a ameaça, fazendo com que o menor ruído seja motivo para pânico. O impacto aumenta graças aos efeitos especiais, que dão credibilidade às armadilhas e, principalmente, às consequências horríveis que aguardam aqueles que forem apanhados por elas.
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Painéis móveis, substâncias corrosivas, incineradores e imagens perturbadoras fazem parte do cardápio de horrores que aguardam por Lisa. O diretor cuida para que o público sinta cada segundo de sua agonia. Não estou falando de momentos ocasionais de tensão, mas de uma situação horripilante que me fez ficar na ponta da cadeira por cerca de 30 minutos ininterruptos.
Gaia Weiss em arte do filme 'Labirinto do Terror', de Mathieu Turi | ©Gravitas Ventures |
A modelo e atriz Gaia Weiss (série Vikings) entrega uma atuação sólida. Lisa carrega o peso de uma tragédia devastadora, e esse detalhe de seu passado inclusive retorna para assombrá-la em uma cena particularmente comovente. Além de lidar com lembranças dolorosas e tentar sair ilesa das armadilhas desagradáveis, Lisa terá que encarar um perseguidor implacável, o que garante que os dois primeiros atos nunca fiquem monótonos.
Labirinto do Terror toma um rumo estranho na reta final, quando a lógica é deixada de lado em prol de alegorias. Não me incomodou o fato do diretor nos privar de respostas, até porque os primeiros diálogos fornecem pistas para podermos formular nossas próprias teorias. Mas o final, embora bonito e estranhamente assustador, é frustrante comparado às emoções fortes que marcaram os dois primeiros atos.
Nota: 7/10
Título original: Meander.
Gênero: Terror, ficção científica, suspense, drama.
Produção: 2020.
Lançamento: 2021.
País: França.
Duração: 1h 27min.
Roteiro: Mathieu Turi.
Direção: Mathieu Turi.
Elenco: Gaia Weiss, Peter Franzén, Romane Libert, Frédéric Franchitti, Corneliu Dragomirescu, Eva Niewdanski, Fabien Houssaye, Carl Laforêt
Eu acho que o filme estava indo bem até perto do final. Depois se perdeu completamente.
ResponderExcluirFinal bonito,mais nada a ver... totalmente sem lógica.
ResponderExcluiro filme em si é bom. mais quando acabou eu pensei: sério que acabou assim? perdi 1h27 da minha noite assistindo isso? desculpa mais é minha opinião
ResponderExcluirO final ficou sem nexo
ResponderExcluirO final do filme o diretor aponta varios sentidos, pode ser que ela de fato foi até o final com o seu sofrimento e acabou morrendo e indo para o que possamos chamar de "paraíso" junto com a sua filha, um lugar onde ela não possa mais sentir dor, percebe-se que ela e a filha dela estão sem arranhões ou feridas pelo corpo, como se estivessem em um corpo glorioso livre de sofrimento!
ExcluirA única coisa ruim do filme foi o final sem pé nem cabeça.
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