Crítica | Rua do Medo: 1978 - Parte 2 (Fear Street Part 2: 1978, 2021)

Irmãs investigam o mistério de Sarah Fier no segundo filme da trilogia de terror da Netflix; Sadie Sink e Emily Rudd estrelam o slasher sobrenatural dirigido por Leigh Janiak


Ted Sutherland e Sadie Sink em imagem do filme 'Rua do Medo: 1978 - Parte 2', de Leigh Janiak | ©Netflix


Rua do Medo: 1978 é o segundo filme de uma trilogia de terror que está sendo disponibilizada semanalmente no serviço de streaming Netflix. O projeto é baseado na série de livros juvenis de R. L. Stine, o mesmo autor de Goosebumps. Leigh Janiak, realizadora do filme original, retorna para dirigir a sequência, que também traz de volta Kiana Madeira, Olivia Scott Welch e Benjamin Flores Jr. como a estressada Deena, sua namorada um pouco possuída Samantha e seu irmão nerd Josh.

Embora a luta desesperada de Deena para salvar Samantha sirva como ponta-pé inicial para o segundo filme, o foco do roteiro é um massacre ocorrido quase duas décadas antes dos eventos mostrados em Rua do Medo: 1994. Esse acontecimento horrível é citado no longa original, e fica claro que ele tem uma ligação forte com a lenda de Sarah Fier, a bruxa que muitos acreditam estar por trás de todas as coisas ruins que acontecem na amaldiçoada cidade de Shadyside. Agora, graças ao relato de uma das sobreviventes do massacre, temos acesso a todos os detalhes da história.


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O ano é 1978, o verão chegou e os alunos de Shadyside e  Sunnyvale, se preparam para curtir as férias no acampamento Nightwing. O clima é de diversão, competições e romance. Mas as coisas ficam sangrentas com o surgimento de um assassino. Se você foi tomado pela sensação de "eu já isso em Sexta-Feira 13", fique tranquilo porque é exatamente isso que a diretora e seu co-roteitista Zak Olkewicz querem que você sinta.

Emily Rudd e Ryan Simpkins em imagem do filme 'Rua do Medo: 1978 - Parte 2', de Leigh Janiak | ©Netflix


Tudo em 1978 é calculado para que o público se sinta no meio de um slasher retrô. E não me refiro apenas aos cenários, figurinos e trilha sonora, cuja qualidade dispensa comentários, mas também aos diálogos, o comportamento dos jovens e detalhes como as cenas de sexo e a nudez gratuita, clichês indispensáveis de um slasher oitentista. Não faltam mortes medonhas, com efeitos especiais tão ou mais caprichados que as do filme original.

A matança só acontece depois de 40 minutos. Mas quando começa, não para mais. A maior ameaça para os adolescentes de Nightwing com certeza é o homem do machado, vilão apresentado no filme original e que ganha agora  uma história de origem. Mas você também pode esperar por revelações importantes sobre o passado de Ruby Lane, a assassina da navalha, além de uma participação especial de Billy Barker, o menino mascarado medonho que ataca suas vítimas com um taco de beisebol.

A atriz Sadie Sink em imagem do filme 'Rua do Medo: 1978 - Parte 2', de Leigh Janiak | ©Netflix


No primeiro filme, o drama adolescente ocasionalmente empacava a história. Dessa vez ele é bem dosado, e vem sempre acompanhado de diálogos afiados e de situações divertidas. O elenco está muito mais sintonizado, e eu acabei gostando de todos os personagens. Inclusive de alguns que ganham pouquíssima atenção do roteiro, como é o caso de Joan (Jacqi Vené, de Ghost in the Graveyard), a conselheira que tenta inspirar as crianças de Shadyside e de Sunnyvale a serem legais umas com as outras.


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Sadie Sink (Eli) está ótima como Ziggy Berman, a adolescente revoltada que sofre bullying das garotas populares lideradas pela malvada Sheilla (Chiara Aurelia, de Jogo Perigoso). Emily Rudd (A Maré Mudou) surge como Cindy, a irmã boazinha de Ziggy. A história das duas é bem desenvolvida, e a diretora usa o impacto de uma revelação feita nos minutos iniciais para subverter expectativas e criar suspense no processo. Não satisfeita, ela aproveita o fato da personalidade das duas serem extremamente opostas para brincar com o conceito da final girl, o que rende mais momentos divertidos e uma conclusão realmente emocionante.

A atriz Emily Rudd em imagem do filme 'Rua do Medo: 1978 - Parte 2', de Leigh Janiak | ©Netflix


Outra personagem que me surpreendeu foi Alice, a jovem rebelde interpretada por Ryan Simpkins (Direito de Amar). As descobertas de Alice e das irmãs Berman, somadas a informações sobre o passado dos vilões e até do policial Nick Goode (Ted Sutherland, de Amante a Domicílio), amarram muitas pontas soltas do filme original e expandem consideravelmente a mitologia em torno de Sarah Fier. Com tantas revelações, novos mistérios e a maioria dos temas abordados funcionando em harmonia, o terceiro filme, Rua do Medo: 1666, tem tudo para fechar a trilogia com chave de ouro.

Nota: 8/10

Título original: Fear Street Part 2: 1978.
Gênero: Terror, mistério, drama.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 49min.
Roteiro: Zak Olkewicz, Leigh Janiak.
Direção: Leigh Janiak.
Elenco: Sadie Sink, Emily Rudd, Ryan Simpkins, McCabe Slye, Meghan Packer, Gillian Jacobs, Matthew Zuk, Jacqi Vené, Kiana Madeira, Benjamin Flores Jr., Olivia Scott Welch, Brandon Spink, Chiara Aurelia, Marcelle LeBlanc, Eden Campbell, Ted Sutherland, Michael Provost, Drew Scheid.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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