Turista enfrenta canibais finlandeses em 'Inferno Sangrento', um divertido híbrido de terror e ação dirigido por Alister Grierson
Imagem do filme 'Inferno Sangrento', de Alister Grierson | ©Heart Sleeve Productions |
Um homem com um passado complicado tem que lutar por sua vida quando é sequestrado por uma família de canibais finlandeses neste filme de terror divertido e surpreendente dirigido por Alister Grierson, o mesmo realizador de Santuário (2011). E ele terá que fazer isso com uma certa urgência, já que cada minuto perdido pode custar um pedaço de seu corpo.
É uma situação ligeiramente semelhante à de Arlen, personagem de Suki Waterhouse no divisor de opiniões Amores Canibais (2016), de Ana Lily Amirpour. Como no filme de Amirpour, Inferno Sangrento tem sua parcela de romance, embora esse detalhe não atrapalhe a ação. Ben O'Toole (Detroit em Rebelião) e Meg Fraser (curta-metragem Leech) estrelam o longa, roteirizado por Robert Benjamin.
Meg Fraser como Alia em imagem do filme 'Inferno Sangrento', de Alister Grierson | ©Heart Sleeve Productions |
Benjamin afirmou que a idéia para o filme veio quando, durante uma viagem, ele notou uma família de estrangeiros no aeroporto, olhando estranhamente para ele. Obviamente ele presumiu que a família planejava sequestrá-lo e devorá-lo, e começou a pensar no que faria se acordasse em algum porão escuro. O esboço do roteiro de Inferno Sangrento foi escrito enquanto Benjamin esperava seu vôo.
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Inferno Sangrento apresenta O'Toole como Rex, um homem que acabou indo parar na prisão depois que um ato de heroísmo não saiu conforme o planejado. Depois de cumprir sua pena, ele viaja para a Finlândia para fugir de seu inferno pessoal. Considerando o relato do roteirista no parágrafo acima, você pode imaginar que o inferno que aguarda Rex nas paisagens rurais do país anfitrião é muito pior.
Ben O'Toole como Rex em imagem do filme 'Inferno Sangrento', de Alister Grierson | ©Heart Sleeve Productions |
Embora brinque com elementos familiares, o roteiro surpreende com frequência. A história se renova com uma facilidade impressionante, garantindo que o filme nunca desacelere o suficiente para perder nossa atenção. A direção de Grierson tem bastante estilo. Mesmo que seu trabalho não seja tão frenético, em alguns momentos ele me lembrou dos primeiros filmes de Sam Raimi.
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Fraser surge como Alia, a jovem filha do casal de canibais interpretado por Caroline Craig (Little Deaths) e Matthew Sunderland (A Rocha do Diabo), que pode ser a salvação do protagonista ou decretar definitivamente sua sentença de morte. Fraser e os personagens de apoio fazem um bom trabalho, mas o destaque fica mesmo para O'Toole, que esbanja carisma interpretando dois personagens diferentes.
Meg Fraser como Alia em imagem do filme 'Bloody Hell', de Alister Grierson | ©Heart Sleeve Productions |
Acontece que Rex tem uma personalidade alternativa com quem ele mantém conversas frequentes. Essa ótima sacada do roteiro garante alguns momentos de humor (o alter-ego de Rex tem uma vibe de Robert Downey Jr., só que sem travas na língua), e também é um elemento importante para definir se o protagonista conseguirá ou não escapar dos inimigos dispostos a transformá-lo em refeição.
Inferno Sangrento é limitado em seus cenários: praticamente toda a ação acontece em um banco e no porão que serve como cativeiro para o protagonista. Mas ele é vasto em boas idéias que, quando combinadas, resultam em um passatempo surpreendentemente envolvente. O final abre terreno para uma sequência, e confesso que mal posso esperar por ela.
Nota: 6.9/10
Título original: Bloody Hell.
Gênero: Terror, ação, comédia.
Produção: 2020.
Lançamento: 2021.
País: Austrália, Estados Unidos.
Duração: 1h 33min.
Roteiro: Robert Benjamin.
Direção: Alister Grierson.
Elenco: Ben O'Toole, Meg Fraser, Caroline Craig, Matthew Sunderland, Travis Jeffery, Jack Finsterer, David Hill, Joshua Brennan, Ashlee Lollback, Sophia Emberson-Bain, Ryan Tarran, Scott George, Daniel Weaver, Brad McMurray, Sean Lynch, Jessi Robertson.