Crítica | A Casa Sombria (The Night House, 2020)

Rebecca Hall interpreta viúva que descobre segredos perturbadores em 'A Casa Sombria', do diretor David Bruckner


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Beth (Rebecca Hall) em imagem do filme 'A Casa Sombria', de David Bruckner


Meu primeiro contato com o trabalho do diretor David Bruckner foi em 'Amateur Night', segmento deliciosamente medonho da elogiada antologia de terror V/H/S, de 2012. Foi amor à primeira vista, e esse sentimento se intensificou quando assisti seu filme seguinte: o arrepiante O Ritual (2018), que entrou para minha lista de filmes de terror favoritos da década passada.

Agora Bruckner retorna com A Casa Sombria, sobre uma mulher que descobre verdades inimagináveis depois de uma perda chocante. O longa teve sua premiere em janeiro de 2020 no Festival de Filmes de Sundance, sofreu uma série de adiamentos devido à pandemia, e somente agora chega aos cinemas para apreciação do grande público.


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A protagonista de A Casa Sombria se chama Beth, e a conhecemos quando retorna do funeral do marido, o arquiteto Owen, interpretado por Evan Jonigkeit (O Mensageiro do Último Dia). O motivo de sua morte vai sendo revelado aos poucos, enquanto Beth começa a desenterrar segredos que farão com que ela questione a própria sanidade.

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Mel (Vondie Curtis-Hall) e Beth (Rebecca Hall) em imagem do filme 'A Casa Sombria', de David Bruckner


A maior parte do filme é sobre a protagonista tentando lidar com a tristeza, a raiva e a confusão. A sempre maravilhosa Rebecca Hall (O Presente) faz um trabalho magnífico capturando esses sentimentos, e frequentemente sua performance brilhantemente controlada se torna mais interessante que os próprios elementos fantásticos do filme.


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Hall tem uma ótima química com Sarah Goldberg (Um Golpe Perfeito), que interpreta a empática melhor amiga, Claire. É fácil comprar a amizade das duas, e mais fácil ainda entender a preocupação de Claire quando Beth decide que vai continuar morando na casa de lago onde vivia com o marido. Pesadelos que parecem muito reais a aguardam. Revelações perturbadoras também.

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Beth (Rebecca Hall) e Claire (Sarah Goldberg) em imagem do filme 'A Casa Sombria', de David Bruckner


Vondie Curtis-Hall (Amores Divididos) interpreta Mel, um vizinho benevolente que tenta ajudar Beth a superar um dos piores momentos de sua vida. Stacy Martin (Ninfomaníaca: Volume 1) faz a carismática bibliotecária Madelyne, que talvez tenha respostas para algumas perguntas que atormentam a protagonista. Mesmo com pouco tempo de tela, esses personagens enriquecem a jornada de Beth que, no fim das contas, é o foco de A Casa Sombria.

As descobertas da protagonista são acompanhadas por momentos efetivos de tensão e algumas variações de situações típicas de filmes de casa assombrada. Bruckner continua um mestre na fina arte de provocar arrepios e causar desconforto. Faz isso sem recorrer a jump scares, confiando mais na atmosfera assustadora e nos sons ambientes. Aliás, o design de som de A Casa Sombria é fantástico. O design de produção está no mesmo nível.

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Beth (Rebecca Hall) em imagem do filme 'A Casa Sombria', de David Bruckner


A jornada de Beth tem momentos de lentidão que talvez incomodem quem gosta de filmes mais fluídos. As revelações finais são um pouco confusas e o final anticlimático pode desagradar. Mas o roteiro de Ben Collins e Luke Piotrowski tem diversas camadas, e acredito que o impacto dependerá da maneira como cada um interpretá-lo. Para mim, A Casa Sombria foi uma surpresa agradável.

Nota: 6.5/10

Título original: The Night House.
Gênero: Terror, mistério, drama, suspense.
Produção: 2020.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos, Reino Unido.
Duração: 1h 47min.
Roteiro: Ben Collins, Luke Piotrowski.
Direção: David Bruckner.
Elenco: Rebecca Hall, Sarah Goldberg, Vondie Curtis-Hall, Evan Jonigkeit, Stacy Martin, David Abeles, Christina Jackson, Patrick Klein, Crystal Swann, Catherine Weidner, Laura Austin, Jacob Garrett White, Samantha Buck.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Amo esse filme! Atmosferico total e sim , interpretações sobre ele que o enriquecem muito.

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